Aumento de internações por Covid-19 alerta para recrudescimento da doença
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Atualizada em
30/10/24 15h08m
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Epidemiologista chama a atenção para negacionismo em relação a medidas protetivas
Nesta quinta, 19 de maio, o governo do Rio Grande do Sul emitiu alerta para as 21 regiões Covid do estado em função do aumento de casos da doença, mas especialmente, em função da ampliação em 65,2% das internações em comparação a duas semanas atrás. Até o início da tarde de quinta, a Secretaria Estadual de Saúde registrava 401 pacientes internados com o novo coronavírus. Desde 13 de março, quando o RS tinha 409 doentes baixados, não se registrava mais de 400 internações.
Dentre as causas levantadas por especialistas para explicar o aumento de casos e também de internações estão a cobertura vacinal insuficiente (leia mais abaixo) e a não utilização de máscaras em ambientes fechados e com aglomerações, o que facilita a transmissão do vírus.
Para o médico epidemiologista e professor da UFSM, Marcos Lobato, há uma resistência muito grande (ele sublinha o caso de Santa Maria) ao uso de máscara, com um movimento forte em contrariedade às medidas protetivas. “Mesmo dentro da universidade (UFSM) e nos cursos da Saúde, estudantes falam que professores, particularmente da Medicina, incentivam que não se use máscaras”, frisa. O uso do dispositivo facial, no entendimento de Lobato, deveria ser ainda mais estimulado em função do momento em que estamos, em uma estação fria, na qual os ambientes costumam ficar fechados, pouco ventilados.
Fiocruz aponta estagnação na vacinação
Divulgado nesta quinta, dia 19 de maio, o boletim da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) também chama a atenção para a “estagnação no aumento da cobertura vacinal”. Essa lentidão na imunização, conforme a Fiocruz, ocorre, no caso da população adulta, na “desaceleração da curva de terceira dose”.
Na população acima de 25 anos, a cobertura no território nacional para o esquema vacinal completo é de 80%. No entanto, em relação às faixas etárias, os dados mostram que a terceira dose nos grupos mais jovens segue abaixo da média que é considerada satisfatória pelas autoridades sanitárias.
A análise, segundo a Fundação, aponta cobertura de 63,9% na faixa etária de 55 a 59 anos, 57,9% na de 50 a 54 anos, 52,8% de 45 a 49 anos. O percentual diminui gradualmente: a partir de 40 a 44 anos é de 49,8%, de 35 a 39 anos é de 44,7%, de 30 a 34 anos é de 40,3%, de 25 a 29 anos é de 35,5%, de 20 a 24 anos é de 30,4% e de 18 a 19 anos é de 25,2%.
Novas variante e estratégias de vacinação
“O cenário atual ainda é motivo de preocupação. A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente”, enfatiza o Boletim da Fiocruz.
O Boletim da Fundação alerta também que, diante da falta de incentivo do uso de máscaras como medida de proteção coletiva e a não obrigatoriedade do uso do passaporte vacinal, a discussão sobre a vacinação torna-se ainda mais importante, uma vez que esta estratégia se tem colocado atualmente como o único recurso de proteção contra a Covid-19 no país.
Na avaliação de Marcos Lobato, a vacinação encontra-se abaixo do desejável e não é por falta do medicamento, mas sim pela procura insuficiente. Para o médico, seria necessário que fossem efetuadas medidas mais incisivas, como as que ocorrem municípios menores, onde aqueles (as) que não vão completar as vacinas são chamados em suas residências.
Texto: Fritz R. Nunes com informações da Fiocruz e do site do Correio do Povo
Foto: EBC
Assessoria de imprensa da Sedufsm