Em reunião com entidades, reitoria da UFSM pede mobilização contra os cortes SVG: calendario Publicada em 02/06/22 18h52m
SVG: atualizacao Atualizada em 02/06/22 20h26m
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Sedufsm propõe audiência pública para debater, com a comunidade, situação crítica da instituição

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Ao total, em 2022, UFSM soma cerca de 40% de redução em seu orçamento, diz vice-reitora

A reitoria da UFSM convidou as entidades representativas dos segmentos para participarem de uma reunião na manhã desta quinta-feira, 2 de junho. A motivação do encontro foi apresentar às e aos dirigentes a real situação reservada à universidade frente aos cortes orçamentários que já estavam em curso e ao novo bloqueio, da ordem de 1 bilhão de reais, decretado pelo governo Bolsonaro na última sexta-feira, 27 de maio. Tal bloqueio atinge diretamente o orçamento das universidades e institutos federais país afora, não sendo diferente na UFSM, onde a cifra representará uma diminuição de cerca de 19 milhões de reais em um orçamento que, diga-se de passagem, já era 26% menor que aquele registrado em 2019, último ano de presencialidade. O vice-presidente da Sedufsm, professor Ascísio Pereira, participou da reunião.

A questão da presencialidade surge como um fator central em 2022 pois, após dois anos de pandemia e de trabalho e ensino (em sua maioria) remotos, os campi da UFSM voltam a receber milhares de alunos, o que demanda uma rede de serviços. Com os cortes, contudo, praticamente todas as pontas da universidade ficam descobertas.

Martha Adaime, vice-reitora, explicou que o novo contingenciamento de cerca de 19 milhões de reais representa uma redução de 14,5% no orçamento da instituição, cifra que, se somada aos 26% de redução já anunciados no início do ano, significa cerca de 40% de verba a menos. “É um absurdo. Isso [cortes], aliado ao projeto de lei que cobra mensalidades nas universidades, mostra o que o governo pensa para as universidades e institutos federais”, comentou a dirigente.

Nesta segunda, 30 de maio, a Administração Central reuniu os pró-reitores. Já na terça, 31, esteve reunida com as direções de centro. Rafael Lazzari, Pró-Reitor de Planejamento, informou que, nas reuniões com as diretoras e os diretores de centro, foram pactuados alguns limites de cortes. Cerca de 4 milhões de reais em encargos terão de ser reduzidos até o final deste ano. Diversas áreas foram afetadas, mas, até então, as bolsas estudantis e o Restaurante Universitário (RU) estão mantidas.

Contudo, caso não ocorra o desbloqueio, explica Lazzari, a instituição terá de tomar soluções drásticas no médio prazo. “O cenário é bem desafiador [...] As unidades perderão recurso. Obras e reformas também perderão. A única coisa que mantivemos por uma priorização foram RU e bolsas estudantis. De resto, todo mundo está perdendo nesse momento”, comenta.

Uma das soluções difíceis de serem tomadas – e que talvez seja necessária – seria a readequação dos valores do Restaurante Universitário. Ou ele ficaria restrito às e aos estudantes que tenham benefício socioeconômico, ou suas tarifas teriam de serem reajustadas. Em um momento de agravamento da crise econômica, um RU acessível a toda a comunidade estudantil (e não só a quem tem benefício) seria central. É o que ponderou Martha Adaime.

“Entendo ser muito importante estar na consciência de todos essas avaliações e esses números, até porque penso que é a hora de nos organizarmos politicamente com todas as bases conhecidas que temos. Por sorte esses 14,5% são bloqueio, então temos 60 dias para tentar reverter. Todos estão mobilizados. A Andifes já se posicionou e está em reuniões constantes com o MEC. É preciso uma mobilização geral”, perspectivou a vice-reitora.

Ascísio Pereira, dirigente da Sedufsm, lembra que a política de sucateamento e privatização das universidades é um movimento mundial, cujo marco mais expressivo é o Acordo de Bolonha, pacto firmado por países europeus e responsável, por exemplo, por toda a educação superior portuguesa ser paga (50% dos/as estudantes recebem bolsas referentes ao valor das mensalidades, e os outros 50% arcam com os valores integrais). Essa visão de universidade como mercadoria, e não como direito, está no cerne do estrangulamento orçamentário, explica o professor.

Frente à necessidade de mobilização para barrar essas tesouradas, Pereira propõe que seja realizada uma audiência pública interna, junto à comunidade da UFSM, e também uma audiência pública externa, voltada à sociedade em geral, na Câmara de Vereadores. Além disso, ele também antecipou que vem se preparando, para o dia 9 de junho, em articulação com outras entidades, uma mobilização nacional e local em defesa da educação.

Campus de Cachoeira sem o básico

As aulas presenciais retornaram, desde o dia 11 de abril, em todos os campi da UFSM. Ocorre que, no campus de Cachoeira do Sul, a situação é bastante problemática, tendo em vista que a comunidade de lá não possui nem o acesso à infraestrutura básica.

“Para a implantação do campus de Cachoeira do Sul, havia sido pactuado cerca de 120 milhões. Veio um quarto do recurso, e o restante foi a universidade que foi colocando de seu orçamento. Eles [em Cachoeira] começaram a ocupar os novos prédios, mas falta infraestrutura básica, como estacionamento, calçada, luz. Estamos falando do básico que, se tivesse vindo o orçamento correto, estaria pronto. É corte de todos os lados e isso gera um entristecimento das pessoas que trabalham lá”, comentou Martha.

 

Texto e prints: Bruna Homrich

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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