65º Conad reafirmou sentimento de pertença, coletividade e mobilização
Publicada em
20/07/22
Atualizada em
20/07/22 20h59m
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Sedufsm esteve presente no evento, que atualizou plano de lutas do ANDES-SN para o próximo período

O 65º Conselho do ANDES-SN (Conad), ocorrido entre os dias 15 e 17 de julho, na cidade de Vitória da Conquista (BA), foi o primeiro de Liane Weber. Tesoureira-geral da Sedufsm, ela foi ao evento inicialmente como observadora, mas, devido a questões familiares que infelizmente acometeram o professor Hugo Blois Filho (então delegado) e o fizeram se ausentar do evento, Liane assumiu a função de delegada, representando a Sedufsm nas votações e demais tomadas de posicionamento que se fizeram necessárias ao longo dos três dias.
Para a professora, a experiência de participar de um Conad, embora extremamente cansativa, foi fabulosa. “Esse foi meu primeiro Conad e, coincidentemente, também foi o primeiro Conad presencial depois de dois anos de isolamento social devido à pandemia. Então havia certa expectativa e afã de estarmos juntos e juntas, presencialmente, podendo discutir olho no olho e nos sentirmos pertencentes a um mesmo coletivo. A verdade é que, para esse Conad, as e os representantes trouxeram as angústias de suas seções sindicais e vimos que todos estamos em uma situação muito parecida – e também caótica, por estarmos com calendários diferentes [nas universidades, institutos e CEFETs]”, comentou Liane.
Ao longo dos três dias de evento, as e os cerca de 190 participantes debateram temas relacionados à conjuntura e ao movimento docente e atualizaram o plano de lutas do Sindicato Nacional – seja no que tange aos setores (setor das instituições federais, estaduais e municipais), aos grupos de trabalho (política educacional, questões de gênero, etnicorraciais e de orientação sexual, política ambiental e ciência e tecnologia) ou, ainda, às articulações mais gerais efetivadas entre a entidade docente e os demais sindicatos, movimentos sociais e atores políticos.
Para Liane, “é urgente a necessidade de que possamos nos colocar, na prática e nas ruas, como um sindicato forte. Volto para a UFSM com uma sensação de renovação, de força e de que não estamos sós, e isso é algo vital num momento tão importante, em que inclusive situações de instabilidade democrática acenam para os próximos meses”.
GTPCEGDS
No que se refere aos encaminhamentos relacionados ao Grupo de Trabalho de Políticas para as Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (Gtpcegds), algumas das questões aprovadas foram a realização, em 2023, do III Seminário Nacional Integrado, organizado pelo GTPE (Grupo de Trabalho de Política Educacional), que inclua: V Seminário Nacional de Mulheres do ANDES-SN, IV Seminário Nacional de Diversidade Sexual e V Seminário Nacional de Reparação e Ações afirmativas do ANDES-SN.
Também será organizado, no próximo ano, o III Seminário Intercultural, organizado pelo GTPAUA e GTPCEGDS, contemplando a discussão socioambiental a partir dos debates sobre a transição socialista das matrizes energéticas e tecnologia, articulando perspectivas de classe, gênero, raça, orientação sexual, etarismo e origem nacional.
A luta contra todas as formas de assédio também constou dentre as resoluções aprovadas, de forma que as secretarias regionais, em conjunto com as seções sindicais, devam pautar a construção, nas universidades, institutos federais e CEFETs, de instâncias de acolhida, acompanhamento e enfrentamento ao assédio no âmbito das instituições.
Outra temática que não ficou fora das resoluções aprovadas no GTPCEGDS foi a relacionada aos povos originários, cujo direito à autodeterminação, com pleno reconhecimento de seus territórios ancestrais, de suas culturas e suas línguas, foi defendida pelas e pelos ‘conadistas’. Nessa resolução, o destaque foi dado à mobilização do povo yanomami contra os ataques de madeireiros, mineradores, garimpeiros, latifundiários e forças de repressão do Estado. “Fortalecer e potencializar as ações em rede, apoiando institucionalmente as organizações indígenas”, finaliza o Texto de Resolução aprovado.
As e os docentes irão, ainda, prosseguir a luta em defesa da continuidade da política de cotas raciais, incluindo as cotas na pós-graduação e concursos públicos, e ampliar o debate sobre a construção das Comissões de Heteroidentificação. Também foram aprovados outros encaminhamentos para fortalecer a luta antirracista no âmbito do Sindicato Nacional.
Como recomendação de um dos grupos mistos, o Sindicato Nacional adotará, a partir deste 65º Conad, o uso da sigla LGBTQIAP+ em seus materiais e publicações. A sigla é um acrônimo para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, transgêneros e travestis, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, com um sinal “+” para reconhecer as orientações sexuais ilimitadas e identidades de gênero.
Outras deliberações aprovadas durante o 65º Conad disseram respeito à carreira docente, ampliando o debate sobre carreira única do professor federal e os eixos que a compõem, e propondo a realização do III Seminário sobre carreira do ensino básico, técnico e tecnológico (Ebtt).
Liane relembra que parte dos Textos de Resolução aprovados durante o Conad eram pendências do 40º Congresso do ANDES-SN, ocorrido no final do último mês de março, em Porto Alegre (RS).
Desde a sexta-feira, 15, até o domingo, 17, a Assessoria de Imprensa da Sedufsm produziu matérias a respeito do 65º Conad. Para acessá-las, basta procurar em nosso site.
Texto: Bruna Homrich, com informações do ANDES-SN
Fotos: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
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