Aumento de casos Covid-19: infectologista defende intensificação na vacina de reforço SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 02/12/22 12h15m
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Alexandre Schwarzbold diz que cerca de 70 milhões de pessoas não tomaram a primeira dose de reforço

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Conforme dados do Ministério da Saúde, quase 30 milhões de pessoas não tomaram qualquer dose da vacina

O Boletim Infogripe da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) divulgado na última terça, 29 de novembro, indica aumento de casos de Covid-19 em 20 das 27 unidades da Federação, atingindo especialmente a população adulta e nas faixas etárias acima dos 60 anos. O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do Infogripe, orienta que a população mantenha cuidados básicos, como o uso de máscaras adequadas (preferencialmente N95 ou PFF2) em ambientes de maior exposição ao vírus, como: transporte público, locais fechados ou mal ventilados, aglomerações, e nas unidades de saúde.

O médico infectologista e também docente da UFSM, Alexandre Schwarzbold, em entrevista à assessoria de imprensa da Sedufsm, fez uma análise sobre a situação da Covid-19 no país. Ele avalia que está difícil definir uma sazonalidade para o novo coronavírus. Contudo, argumenta ele, o que parece mais provável é que deveremos ter cerca de “duas ondas” ao longo de cada ano, mas isso ainda precisará ser observado com o tempo. “Tivemos diversas ondas em diversas épocas. No Brasil, tivemos um platô em 2020, até ondas gigantes, como foi em março e abril de 2021, quando não havia vacina. E, agora, janeiro e fevereiro de 2022, com muito mais casos que óbitos porque aí já tinha vacina. Então, está difícil de definir uma sazonalidade, embora a gente se aproxime da ideia de que devemos ter duas ondas, ou um aumento de casos duas vezes por ano”, disse.

Baixa vacinação de reforço

Para além do fato de o país vivenciar uma possível nova onda de casos de Covid-19, o infectologista alerta para a questão da baixa aplicação de doses de reforço da vacina contra a doença. Conforme Schwarzbold (foto abaixo), dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 70 milhões de pessoas não tomaram sequer a primeira dose de reforço, o que as coloca no grupo de vulnerabilidade à doença. “E temos mais ou menos 30 milhões de pessoas aptas a tomar a quarta dose da vacina (segunda dose de reforço) que ainda não procuram os postos de vacinação”, acrescenta o docente.

Há ainda um número mais grave levantado por Alexandre Schwarzbold: em torno de 28 milhões de pessoas, no Brasil, não teriam tomado ao menos uma dose da vacina contra o novo coronavírus. É esse conjunto de dados que mostra que o país tem uma parcela significativa da população que hoje não está protegida de forma eficaz contra a doença. O médico ressalta que fica nítido a existência de um número grande de pessoas “mais vulneráveis”, mais expostas, que abre margem para o aumento nas hospitalizações e, até, em algumas situações, de aumento de óbitos. Todavia, ele diz não acreditar em uma onda com número de hospitalizações crescentes a ponto de gerar uma pressão tão grande no sistema hospitalar como se viveu em 2020 e depois em 2021.

Crianças e a vulnerabilidade

Uma outra questão importante quando se aborda o combate à Covid-19 é a vacinação das crianças, que, logo que surgiram as vacinas, no início de 2021, elas não estavam incluídas. Alexandre Schwarzbold as inclui entre os grupos de vulneráveis à doença. Ele explica que, se pegar a faixa etária dos 5 anos, por exemplo, apenas uma em cada dez crianças foram vacinadas. E os motivos são diversos, mas especialmente argumentos que são refutados cientificamente, como os efeitos adversos da vacina. Isso faz, segundo o infectologista, que as crianças estejam colocadas naqueles grupos que tendem a enfrentar um quadro grave da doença, especialmente aquelas que possuem algum tipo de comorbidade.

Vacinas de primeira ou segunda geração?

Para o infectologista, a prioridade máxima deve ser vacinar mais pessoas com dose de reforço, com as vacinas de primeira geração, que são as que se consegue fabricar no Brasil, como por exemplo, a de Oxford (Fiocruz). “Isso é mais prioritário do que a gente se preocupar em disseminar a nova vacina bivalente”, defende Schwarzbold. O médico não é contra o uso da vacina bivalente, que protege contra a cepa original do vírus (Delta) e contra a nova variante, a Ômicron.

A questão central, segundo ele, é conseguir ter vacina suficiente para essas milhões de pessoas, pelo menos 30 milhões, que não fizeram a dose de reforço adequada. “Então, seria um ótimo complemento (a nova geração de vacinas), mas, neste momento, a gente deveria ampliar a cobertura com as doses de reforço e aumentar as campanhas com a vacina de primeira geração, porque elas dão conta da proteção das pessoas contra casos graves da doença”, frisa.

 

Texto: Fritz R. Nunes
Imagens: EBC e arquivo pessoal
Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

 

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