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27/01/2023 18h11m 27/01/2023 18h39m | A+ A- | 311 visualizações
Série está disponível na plataforma de streaming GloboPlay
Sexta-feira é dia de editoria cultural em nosso site e, hoje, quem dá a dica é a professora Luciana Carvalho, do departamento de Ciências da Comunicação da UFSM em Frederico Westphalen. Dialogando com a tentativa de golpe levada a cabo pela extrema direita brasileira no último dia 8 de janeiro, ela sugere a série 'extremistas.br', disponível para visualização na plataforma de streaming GloboPlay. Composta de oito episódios, a produção reflete sobre os elementos que tornaram possível o agigantamento do bolsonarismo no Brasil, a exemplo do fanatismo religioso, da manipulação nas redes sociais digitais e dos políticos aliados do ex-presidente.
Leia, abaixo, a crítica de Luciana:
“Série documental ajuda a entender o extremismo de direita no Brasil em narrativa pró-democracia da Rede Globo
Na mesma semana em que assistimos indignados às imagens de invasão e destruição nas sedes dos Três Poderes da República, em Brasília, a Rede Globo anunciava o lançamento de uma produção audiovisual inédita que pode ajudar a entender o que levou tantos brasileiros à radicalização pela extrema direita. A série ‘extremistas.br’, produzida pelo Núcleo de Jornalismo da Globo durante pelo menos dois anos, com direção de Caio Cavechini e narração de Malu Mader, joga luz sobre um fenômeno que a própria mídia de referência parecia há pouco tempo ignorar, ou muitas vezes até endossar.
A produção, que está disponível apenas para assinantes da plataforma de streaming GloboPlay, merece veiculação na TV aberta, até mesmo como forma de atestar a virada de chave que a emissora vem fazendo em direção à defesa intransigente da democracia, sobretudo após a clara tentativa de golpe perpetrada por bolsonaristas, setores das Forças Armadas e empresários. A série, dividida em oito episódios, acompanha e dá voz a personagens centrais do bolsonarismo: políticos aliados do ex-presidente, influenciadores da extrema direita, armamentistas, fanáticos religiosos, operadores das estratégias de manipulação nas redes sociais da internet, além de vítimas da violência desses grupos.
Logo que a série foi lançada, assisti aos três primeiros episódios, ‘Indignação’, ‘Sitiados’ e ‘Armados em nome de Deus’. O caso do tesoureiro do PT assassinado em sua festa de aniversário por um bolsonarista fanático, o de um soldado que teve um dia de fúria após se radicalizar online, e as imagens de um culto em que armas são abençoadas causam arrepios e insônia, mas deixam aquela espera ansiosa pelos próximos cinco capítulos.
Infelizmente, a imprensa e as instituições da República acordaram para a realidade do extremismo no Brasil mais tarde do que deveriam, mas ainda em tempo de se posicionarem e agirem para enfrentá-lo. A série ‘extremistas.br’ é, provavelmente, um marco na narrativa da maior rede de comunicação do país acerca da entrada do Brasil na lista de países polarizados, não entre esquerda x direita, petistas x bolsonaristas, mas entre democratas x golpistas/extremistas.”
Luciana Carvalho
Jornalista, doutora em Comunicação, professora adjunta do Departamento de Ciências da Comunicação da UFSM (Campus FW).
Imagens: Divulgação e Arquivo Pessoal
Edição: Bruna Homrich/Assessoria de Imprensa da Sedufsm
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