Presidente da Sedufsm rechaça UFSM gerida com visão empresarial
Publicada em
21/07/23
Atualizada em
24/07/23 17h42m
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Na edição 76 do Ponto de Pauta, professor Ascísio Pereira aborda mudança na forma de ingresso e as minutas de resolução

A diretoria da Sedufsm tem coordenado uma série de discussões nos últimos meses que apontam para um modelo de UFSM que preocupa. Primeiro, por iniciativa da reitoria, foi encaminhado (e aprovado) o fim da exclusividade de ingresso de estudantes através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o que trouxe de volta o vestibular, uma forma considerada bastante elitista. Nas últimas semanas, o debate tem sido em cima de duas propostas de resolução: a minuta dos encargos didáticos e a que altera a pontuação para progressão e promoção na carreira docente. Mas, não para por aí. Há ainda um outro debate na instituição que dá conta de uma reestruturação administrativa.
Na visão do presidente da Sedufsm, professor Ascísio Pereira, que foi o entrevistado da edição 76 do programa ‘Ponto de Pauta’, essas ações da Administração não têm um caráter isolado. Ao contrário, mostram estar em sintonia. E apontam para que visão de UFSM? Para Ascísio, esse conjunto de medidas, articuladas, têm uma concepção de universidade que está sendo colocada em prática, que é uma “universidade gerida por uma visão empresarial, e não por uma visão de serviço público”.
E um exemplo citado por ele, para justificar esse viés de empresa que estaria sendo empregado na instituição, é a existência de Pró-Reitoria de Inovação e Empreendedorismo. Na entrevista, o presidente da Sedufsm ressalta que a UFSM é sustentada com recursos públicos e, que, portanto, precisa ter um viés que leve em conta a maioria da população, das e dos contribuintes, e não fique restrita à concepção privada do “empreender”.
Para Ascísio, pelo fato de a universidade ser um espaço plural, outros setores deveriam estar melhor representados na gestão. Ele sugere a criação de uma Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, pois seria uma medida que estaria em sintonia com a comunidade estudantil que adentra a UFSM na atualidade, em sua maioria composta por estudantes oriundos de escola pública, cotistas, filhos/as da classe trabalhadora.
Durante a entrevista ao Ponto de Pauta, Ascísio Pereira analisou, em detalhes, os problemas da minuta de resolução que modifica a pontuação para progressões e promoções na carreira docente. Ele citou parecer da assessoria jurídica da seção sindical que aponta, entre outras coisas, que a proposta em debate fere legislação superior, ou seja, que é ilegal a partir do momento em que não está em consonância com o previsto pelo Ministério da Educação. Também explicou a relação entre a minuta citada e a que regulamenta os encargos didáticos docentes.
Confira a íntegra da entrevista abaixo:
Texto: Fritz R. Nunes
Arte: Italo de Paula
Assessoria de imprensa da Sedufsm
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