Confira “Antes que eu me esqueça”
Publicada em
01/09/23 11h19m
Atualizada em
01/09/23 17h51m
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Filme é a dica cultural da professora Neila Baldi nesta sexta, 1º de setembro

Nesta sexta, 1º de setembro, a dica cultural é de Neila Baldi, professora do curso de Dança-Licenciatura, também diretora da Sedufsm. Ela sugere assistir ao longa “Antes que eu me esqueça”, de 2018, do diretor Tiago Arakilian, disponível na plataforma Netflix, com pouco mais de 1h30 de duração. Confira na descrição de Neila, os motivos para que se confira essa “comédia dramática” brasileira que trata, sobretudo, de relações humanas.
“Antes que eu me esqueça
Antes que eu me esqueça, tento recordar quando começaste a se esquecer. Antes que eu me esqueça, escrevo-te ao som de “Não esqueça”, de Nico Nicolaiewsky, na voz de Fernanda Takai e penso nos conselhos de nossos pais e mães. E me pego folheando um livro em que colocas a seguinte dedicatória: “Não te esqueças que é pra frente que se anda e que és uma vencedora”.
Assisti ao filme brasileiro “Antes que eu me esqueça”, disponível na Netflix, pensando em ti. Desde que descobrimos teu Alzheimer, tenho visto filmes sobre o tema, lido, mergulhado no teu universo. Mas, diferente de “Meu Pai” (também disponível na Netflix), não é um filme sobre a doença, mas sobre as relações.
O filme narra a história de Polidoro (José de Abreu), cuja filha Bia (Letícia Isnard) pede sua interdição e o juiz solicita que o filho Paulo (Danton Mello) se reaproxime do pai, para ajudar a decidir o que fazer. Com leveza de uma comédia dramática, a narrativa mostra que, como diz Polidoro: “É assim o ciclo da vida, a gente cuida dos filhos pra no final eles cuidarem da gente”, mas que, para isso ocorrer, a gente precisa não esquecer de perdoar, de se reconciliar consigo e com os/as nossos/as.
Polidoro escreve um diário em que narra seus esquecimentos. Diz que é angustiante ter a consciência de que está perdendo a consciência. Lembro de quando notamos a tua doença e não entendíamos o que se passava. Penso que devemos ser preparados/as para a velhice de nossos pais e mães e para identificarmos possíveis demências. Muitos sofrimentos seriam poupados...
Fico a pensar quais são os nossos esquecimentos ao longo da vida e o que é preciso não esquecer. Antes que eu me esqueça serve para o pai, com Alzheimer, mas para o filho e a filha (que diz que fez o que qualquer filho faria, mas que a gente sabe que não é bem assim, né?).
O filme traz comicidade a cenas dramáticas, como quando Polidoro se perde. E a lindeza de quando nos encontramos “na loucura” deles/as, como na cena (a do cartaz) em que Paulo e Polidoro tomam banho de mar. Assim como quando vejo filmes infantis contigo e somos duas crianças... Antes que eu me esqueça: é sempre bom voltar a ser criança.”
Neila Baldi
Professora do curso de Dança-Licenciatura da UFSM.
Imagens: Youtube e arquivo pessoal
Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)
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