Liga Acadêmica de Saúde da Mulher da UFSM lança campanha Outubro+ SVG: calendario Publicada em 19/10/23
SVG: atualizacao Atualizada em 20/10/23 11h05m
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Iniciativa promove a inclusão de pessoas trans em ação de prevenção contra o câncer de mama.

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O propósito do Outubro Rosa é divulgar informações sobre o câncer de mama e fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento da doença. Apesar de existirem diferentes tipos de corpos que sofrem ou podem sofrer com a doença, essas atividades têm como seu público-alvo apenas mulheres cisgênero. Pensando nisso, a Liga Acadêmica de Saúde da Mulher da UFSM (LiASM) criou uma campanha chamada “Outubro+”, com o objetivo de conscientizar mais pessoas, além de mulheres cis, e dar mais visibilidade para a saúde de pessoas trans.

Ivana Camargo Braga (foto abaixo), fisioterapeuta, integrante do LiASM e idealizadora da campanha ‘Outubro+’, conta que a ideia de incluir pessoas trans na ação de prevenção contra o câncer de mama, surgiu a partir de uma atividade em parceria com o LiASM e a Casa Verônica sobre câncer de mama em pessoas trans.

“Na pesquisa por materiais didáticos percebemos que não havia campanhas de saúde com representação de pessoas trans. A única fonte encontrada é em inglês e de difícil acesso para a população em geral, a partir disso decidimos construir um material que fosse utilizado em serviços de saúde e também fosse compreensível para a própria população trans”, comenta a fisioterapeuta.

Por um sistema mais inclusivo 

Ivana Camargo Braga, integrante do LiASM e idealizadora do projeto

A falta de informação e de campanhas não é a única questão que afasta pessoas trans do atendimento médico e da prevenção, o preconceito também tem seu papel.

“São inúmeros fatores que fazem com que pessoas trans cheguem menos aos serviços de saúde, os principais são: discriminação e violência nos locais do serviço de saúde, desrespeito a utilização do nome social e outro fator bem importante é a falta de preparo dos profissionais da saúde sobre as demandas específicas de pessoas trans”, explica Ivana.

Pessoas trans também precisam prevenir o câncer de mama, por isso, a fisioterapeuta afirma que a melhor forma de conscientizar essa parcela da população é a criação de campanhas de saúde mais inclusivas, que representem essas pessoas, que por meio da identificação vão se sentir acolhidas e validadas. 

“Entretanto, também é necessário que os profissionais da saúde passem a se preparar melhor para o acolhimento de pessoas trans, e isso deve acontecer através de estudo, cursos com pessoas trans e aplicação nas suas realidades”, afirma a integrante do LiASM 

Os cuidados para cada identidade 

De acordo com Ivana, a autopalpação, mesmo que não seja mais recomendada pelas entidades médicas, ainda é o principal meio de desconfiança e que faz a pessoa procurar um serviço de saúde. No geral, as recomendações são as mesmas para todas as identidades de gênero: avaliação médica para saber o risco genético, hábitos de vida saudáveis e consultas conforme demandas.

Entretanto, a fisioterapeuta alerta que pessoas trans, em especial, precisam estar atentas principalmente pelo fato de realizarem a hormonização, pois alguns estudos sugerem que pessoas que realizam esse tipo de procedimento há mais de 15 anos e/ou tem 50 anos ou mais devam realizar exames de forma mais frequente. 

Confira alguns casos que merecem uma atenção especial: 

  • Homem trans e pessoas não-binárias com ovários sem mastectomia e com risco habitual : mamografia anual a partir dos 40 anos. 

  • Homem Trans e pessoas não-binárias com ovários com mastectomia: sem rotina de mamografia. Basta exame clínico das mamas, feito por profissional, e, em casos selecionados, ultrassonografia. 

  • Mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias sem ovários que não fazem o uso de hormônio: não tem indicação de exames de imagem, exceto quando há alguma alteração em exame clínico ou em autoexame. 

  • Mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias sem ovários que fazem uso de hormônio: mamografia anual após 15 anos do início do hormônio ou acima de 50 anos.

Quando surgiu o Outubro Rosa

Em 1990, a Fundação Susan G. Komen for the Cure criou o movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama, o Outubro Rosa. Desde então, o período é celebrado no Brasil e no exterior com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, a fim de contribuir para a redução da incidência e da mortalidade pela doença.

 

Texto: Karoline Rosa (estagiária de jornalismo)
Edição: Fritz R. Nunes (jornalista)
Imagem: UFSM e Ivana Camargo Braga
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

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