Em nota ANDES-SN repudia declaração do presidente do CNPq SVG: calendario Publicada em
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Durante o VI GBMeeting, ocorrido na última terça, 30, Ricardo Galvão, declarou o movimento Parent in Science um empecilho ao Conselho

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Na última terça-feira, 30, durante um evento integrado à VI edição do GBMeeting na Unicamp, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, declarou que o movimento Parent In Science (Mães e Pais na Ciência) “atrapalha muito” a entidade. O Parent in Science surgiu com o objetivo de fomentar a discussão sobre a maternidade e paternidade no cenário científico brasileiro.

Em resposta às declarações de Galvão, o Sindicato Nacional (ANDES-SN) emitiu uma nota, divulgada na quarta-feira, 31, repudiando a postura do presidente do CNPq. O ANDES-SN destacou que as palavras de Galvão representam um ataque direto ao esforço coletivo de docentes e pesquisadoras na desconstrução de um sistema acadêmico historicamente centrado em homens.

 “Ao afirmar que o Parent in Science ‘atrapalha muito’, Galvão menospreza a contribuição significativa que o movimento oferece para a promoção de uma cultura acadêmica inclusiva, que compreenda os impactos da parentalidade na trajetória acadêmica de pesquisadores, mas principalmente de docentes e pesquisadoras mulheres, haja vista a enorme disparidade do impacto resultante da divisão sexual do trabalho. As declarações do presidente do CNPq revelam uma postura desinformada e insensível em relação às demandas legítimas das mulheres na ciência”, diz um trecho da nota.

O sindicato também relembrou decisões recentes desfavoráveis às mulheres nos processos de avaliação para a concessão de bolsas de produtividade (PQ) do CNPq. Considerou esses episódios como lamentáveis manifestações de machismo, sexismo e misoginia. A nota destaca a urgência de combater atitudes discriminatórias e de desvalorização das mulheres na ciência.

O ANDES-SN ressaltou ainda o caso da professora Maria Caramez Carlotto, da UFABC, que denunciou nas redes sociais ter sido reprovada em um edital do CNPq por não ter pós-doutorado no exterior e por estar grávida. O sindicato se solidarizou com a docente discriminada na época. Após esse incidente, o CNPq alterou os critérios de avaliação de projetos submetidos a bolsas em editais de pesquisa, concedendo uma extensão de dois anos a cada parto ou adoção, no período de produtividade avaliado.

Annie Schmaltz, 3ª secretária do ANDES-SN, enfatizou que o caso evidencia o machismo, sexismo e a meritocracia presentes no discurso de Galvão. Destacou a necessidade de repensar a lógica de uma ciência masculinizada, buscando incorporar as demandas das mulheres e rever as assimetrias evidentes entre homens e mulheres na carreira científica.
O Parent in Science, criado em 2016, destaca com dados a influência da parentalidade na carreira, especialmente para mulheres. O movimento destaca a falta de políticas públicas de apoio às mães na academia e fora dela como um grande obstáculo à carreira feminina na pesquisa. O Parent in Science defende a necessidade de garantir creches, salas de acolhimento e amamentação, além de uma divisão igualitária nos cuidados com crianças e idosos e nas tarefas domésticas. Também enfatiza a importância de combater a discriminação e o preconceito contra mães nos ambientes acadêmicos.
 

Acesse aqui a nota do ANDES-SN na íntegra.

 

Texto: Karoline Rosa (jornalista), com informações do ANDES-SN 
Imagens: ANDES-SN
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

 

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