Cultura na Sedufsm vai aos campi da UFSM de Palmeira e Frederico Publicada em
Atualizada em 08/03/24 18h25m
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84ª edição traz o cantor e poeta Pedro Munhoz, que se apresenta nessas cidades nos dias 13 e 14 de março

A dica desta sexta, 8 de março, é a 84ª edição do projeto Cultura na Sedufsm, que vai aos campi pela primeira vez. Na próxima semana, dias 13 e 14 de março, respectivamente quarta e quinta-feira, o cantor Pedro Munhoz se apresentará nos campi da UFSM de Palmeira das Missões (quarta, às 11h, no Auditório do Campus) e de Frederico Westphalen (quinta, às 10h, no Centro de Convivência do campus). A entrada é gratuita. O artista também se apresentará no campus de Santa Maria, na segunda, 18 de março, às 17h30, no Auditório Flávio Schneider (CCR).

Para o diretor da Sedufsm, professor Leonardo Botega, a iniciativa de promover o projeto cultural nos campi é de extrema relevância. “São formas de contatar com a categoria através da troca de afetos e da luta social”, enfatiza.

A palavra cantada

Pedro Munhoz é natural de Barra do Ribeiro (RS), tem 63 anos, e mora há poucos meses no interior da Bahia, na cidade de Rio de Contas. Antes, esteve por um tempo no Piauí, e muito antes ainda, percorreu diversos lugares do Brasil e do exterior. Munhoz se autodenomina como um trovador que busca a “palavra cantada”. Ele compõe e apresenta canções que ele chama de “artesanais”, pois são autorais. “É uma apresentação para sentar e escutar”, diz ele.

O estilo musical de quem começou a tocar violão ainda adolescente, em 1976, e a cantar, no ano seguinte, é aquele em que se misturam valores essenciais da regionalidade. “É um pouco gaúcha, um pouco mineira, um pouco nordestina”, destaca ele, que se aproxima dos 40 anos de trajetória artística. Munhoz diz não se preocupar com o mercado e nem com fazer sucesso. Ele vê seu trabalho artístico como uma “missão de vida”.

Em 1999, o cantor foi vencedor do 1º Festival Nacional da Reforma Agrária, realizado em Palmeira das Missões (RS), com a canção ‘Procissão dos retirantes’. Essa mesma música acabou trazendo a ele problemas, pois chegou a ser usada por militantes do Movimento Sem-Terra no Pará, na região do massacre de Eldorado dos Carajás. Em função dessa visibilidade que teve junto ao MST, recebeu diversas ameaças de morte.

Mas, Pedro Munhoz não é conhecido apenas pelo público mais engajado. Há em sua trajetória, uma canção que acabou sendo massificada pôr ter feito parte de uma novela global. Em 2013, a 'Canção da Terra', de sua autoria, regravada pelo grupo 'O Teatro Mágico' tornou-se a primeira música de livre distribuição e gestão de obra feita pelo autor a fazer parte de trilha sonora de telenovela (Flor da Caribe, da Rede Globo).

Ele considera isso um feito, já que não conhece exemplo anterior de uma música crítica, que fale da reforma agrária, e que tenha sido incluída em trilha de novela. Todavia, ele faz questão de enfatizar: “Não estamos na estrada por sucesso, mas por convicções. Queremos um mundo melhor”.

Quanto ao repertório a ser apresentado em voz e violão, Munhoz explica que é composto de canções autorais. E, quanto a quais apresentará, ele disse que segue um roteiro, mas que, muitas vezes, dependendo da interação com o público do local, faz alterações em seu set list. “Nenhuma apresentação é igual à outra”, ressalta ele.