Assembleia docente na UFSM aprova indicativo de saída da greve para 25 de junho
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Atualizada em
20/06/24 15h48m
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Professores e professoras também decidiram indicar ao ANDES-SN que assine acordo com o governo
Por 77 votos favoráveis, 50 contrários e 4 abstenções, a assembleia das e dos docentes da UFSM decidiu na tarde desta quarta, 19 de junho, no Auditório Flávio Miguel Schneider (CCR) e de forma simultânea nos três outros campi da instituição, indicar ao Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN, que o movimento paredista seja encerrado. Em uma segunda votação, a plenária, por maioria de votos, sugeriu que essa finalização ocorra na próxima terça, 25 de junho.
A decisão de Santa Maria será avaliada pelo CNG em conjunto com as decisões do restante de seções sindicais do país no próximo final de semana, em Brasília, e, após, tendo o cômputo final das decisões, indicará às bases se o movimento grevista deve ser finalizado ou se deve ter continuidade.
Outro ponto também discutido e deliberado na reunião referiu-se à questão da assinatura do acordo que contém as propostas apresentadas pelo governo federal, que trata de temas como a recomposição salarial, alterações na carreira e revogação de várias medidas que afetam negativamente a categoria. Por 47 votos a favor, 38 contrários e 4 abstenções, foi indicado ao CNG do ANDES-SN que realiza a assinatura do acordo.
Conforme a vice-presidenta da Sedufsm, professora Marcia Morschbacher, a decisão tomada foi importante porque demonstra a intenção da categoria docente de definir uma saída unificada da greve em todo o país, tendo em vista a avaliação majoritária da plenária de que não há mais espaço para a continuidade da paralisação, já que o governo federal deixou claro que, com as propostas colocadas, chegou ao seu limite.
Em relação à assinatura do acordo com o governo federal, que teve indicativo favorável por parte da assembleia, Marcia diz que o entendimento da maioria foi de que o ANDES-SN deve, sim, assumir o protagonismo dessa negociação, tendo em vista que a vitória em termos de reivindicações, mesmo que tenha sido parcial, precisa ser computada como uma conquista do movimento paredista. Por outro lado, a diretora da Sedufsm ressalta que a mobilização não vai parar e que a greve é apenas um dos momentos da luta.
Informes e análise de conjuntura
O debate sobre assinar ou não a proposta do governo e indicar a permanência ou o término da greve foi precedido pelos informes e pela análise de conjuntura.
A primeira a falar foi a professora Fabiane Costas, que esteve no período de 4 a 17 de junho, participando como delegada no Comando Nacional de Greve, em Brasília. A docente fez um informe com relatos minuciosos da agenda que desenvolveu na capital federal, que contou com audiências públicas na Câmara e no Senado e também visita aos (às) parlamentares, com entrega de documentos que explicitavam as reivindicações do movimento grevista, entre outras atividades.
Na sequência, o professor Ricardo Rondinel, que integra o Grupo de Trabalho de Verbas e de Carreira da Sedufsm, fez uma análise de conjuntura, buscando mostrar que o que foi apresentado pelo governo, nos últimos dias, não trazia nada de novo diante do que já havia sido discutido e rejeitado em assembleias anteriores.
O docente, que é da área de Economia, enfatizou a questão da proposta do governo que é de recomposição salarial zero em 2024, aumentando apenas os valores dos benefícios, deixando de fora aposentados/as.
A manifestação de Rondinel teve a contraposição do professor Marcos Piccin, que, ao microfone, ressaltou que, apesar de não haver reajuste este ano, o governo cedeu em outros pontos, que não são orçamentários. “Ao aprovar a assinatura do acordo com o governo, a categoria docente, em sua soberania, reconheceu que mesmo com os limites da proposta, a greve promoveu importantes avanços, tanto no debate do orçamento das IFES, como nas pautas relativas às condições de trabalho docente. As Universidades e os Institutos Federais retomaram seu protagonismo como pauta política na sociedade”, analisou Marcos Piccin.
Também no momento dos informes, a professora do departamento de Direito da UFSM, Giuliana Redin, fez um convite para a atividade que acontece nesta quinta, 20 de junho, Dia Mundial do Refugiado (a). É o Cine Debate que ocorrerá no Auditório da Antiga Reitoria, em Santa Maria, a partir das 19h15, com a exibição de documentários que integram o evento “Al-Nakba: A catástrofe palestina sem fim”.
Ao final da plenária, o diretor da Sedufsm e que compunha a mesa de coordenação, professor Leonardo Botega, informou que estava sendo encerrada a assembleia de caráter permanente.
Texto: Fritz R. Nunes
Fotos: Karoline Rosa
Assessoria de imprensa da Sedufsm