Debate sobre calendário acadêmico expõe necessidade de recuperação da greve na UFSM
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Docentes criticam Prograd por propostas unilaterais e reivindicam adiamento da votação no CEPE
Na manhã desta quarta-feira, 26 de junho, aconteceu uma reunião aberta para apresentar e discutir as pré-propostas de recomposição do Calendário Acadêmico UFSM 2024, elaboradas pela Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD). A previsão é que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) vote amanhã um novo calendário, enquanto a categoria pede mais tempo para discussão.
Durante a reunião, docentes questionaram a falta de sensibilidade da PROGRAD na hora de elaborar as propostas de calendários. Alegaram que não houve consulta à categoria para tentar chegar em uma proposta que englobe tanto a situação dos alunos(as), quanto a dos(as) professores(as), tenham eles aderido à greve ou não. A reunião foi coordenada pelo Reitor, Prof. Luciano Schuch, e do Pró-Reitor de Graduação, Prof. Jerônimo Tybusch.
A primeira pré-proposta considera a calamidade pública e estende o término para 6 de agosto (a previsão inicial era 16 de julho), enquanto a segunda considera a greve, mas contabiliza o retorno em 25 de junho – amanhã a categoria tem assembleia para definir a data de 1º de julho.
O presidente da Sedufsm, Ascísio Pereira, expressou insatisfação com a abordagem da Prograd em relação ao calendário proposto, enfatizando a importância da presença da Sedufsm na reunião e ressaltando que a discussão envolveu não apenas a diretoria, mas também o Comando Local de Greve e outros(as) professores(as). “Nós, que fizemos a greve, estamos sendo praticamente ignorados(as) nas propostas de recuperação das atividades”, afirmou Ascísio. Ele destacou que a participação ativa dos professores e professoras foi fundamental para contribuir com a discussão e problematizar as questões em pauta. A diretora Liane Weber leu, durante a reunião, a nota do CLG.
Para a Sedufsm, é crucial garantir a qualidade do ensino e o respeito aos(às) estudantes que tiveram seus professores(as) em greve. Ascísio explicou que houve falas de estudantes e de professores da base, além dos membros do Comando de Greve Local, que lembraram e problematizaram a situação dos alunos. “Como é que esses alunos vão ficar nesse processo, no direito à aprendizagem e no respeito?”, questionou o presidente da Sedufsm.
A expectativa da Seção Sindical é que a Reitoria demonstre sensibilidade ao tratar da questão do calendário acadêmico. Ascísio sugeriu que a pauta sobre o calendário fosse adiada para o dia 5 de julho, considerando que os docentes que estavam em greve retomam suas atividades na segunda-feira, 1º de julho. “A melhor coisa no nosso entendimento é que a Reitoria tivesse a sensibilidade de tirar essa questão do calendário da pauta de amanhã, quinta-feira, no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), e pusesse essa pauta para outra semana”, comenta o docente. Ele disse que a Sedufsm continuará pressionando por um planejamento que considere suas reivindicações e assegure um retorno às atividades acadêmicas de forma justa.
Durante sua fala na reunião aberta, o diretor Leonardo Botega, lembrou da necessidade de o tema ser debatido nos centros de ensino e que os(as) conselheiros(as) do CEPE irão votar sem terem ouvido os(as) colegas de departamento. Ele lembrou que, em outras greves, o debate pela recomposição do calendário foi de pelo menos um mês, o que agora não está ocorrendo. A reunião do CEPE está marcada para o mesmo turno da assembleia docente de amanhã.
Texto e fotos: Karoline Rosa
Assessoria de Imprensa da Sedufsm