Início da construção do Memorial às Vítimas da Kiss é marcado por ato simbólico
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Atualizada em
10/07/24 18h14m
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Cerimônia ocorreu na manhã desta quarta, 10, e contou com homenagens a memória das vítimas e sobreviventes
Na manhã desta quarta-feira (10), aconteceu o ato simbólico de início da construção do Memorial às Vítimas da Boate Kiss. A cerimônia começou às 9h, e contou com homenagens e o relato de pessoas sobre o momento. Quem não pode estar presente, enviou vídeos com relatos, como o Padre Fábio de Melo e o cantor e apresentador Beto Fagundes.
Na ocasião, o sobrevivente e presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Gabriel Rovadoschi Barros, falou sobre a trajetória da associação na busca por justiça, e fez a leitura da carta que foi entregue aos moradores do entorno do prédio da Boate Kiss. Da maneira que foi escrita, a carta remete as últimas palavras da edificação. Leia aqui a carta.
Durante seu discurso, Gabriel ressaltou que a construção do memorial não significa a destruição da memória das vítimas e sobreviventes do incêndio, mas sim uma iniciativa de “desfazer a ruína e construir a memória”, frase que está estampada na fachada da construção. "A gente entende que o memorial, para além de uma construção feita de tijolo e cimento, é uma construção que se inicia na palavra e carrega muito a história consigo", afirma Gabriel.
Ele também fez a entrega da chave do prédio para a empresa responsável pela obra, que deve demorar 8 meses. As primeiras etapas da obra incluem o recolhimento de itens que vão compor o acervo e a remoção de partes da estrutura.
Como parte das homenagens, familiares e amigos soltaram balões em memória das vítimas. Em seguida, foi realizada a retirada do letreiro da Boate Kiss e a derrubada de uma das portas do local.
Para o presidente da Sedufsm, Ascísio Pereira, que esteve presente no ato, a construção do memorial é fundamental para a memória desse lugar. “Para mim preservar isso, é preservar a memória que é uma coisa muito importante e culturalmente pouco desenvolvida na experiência brasileira”, destaca Ascísio.
Ele ressaltou a relação de apoio contínuo da Sedufsm à associação desde a sua fundação. “A gente sempre se coloca como Sedufsm, como diretoria atual da Sedufsm, apoiando naquilo que a gente consegue, naquilo que é possível e tendo o entendimento de que o protagonismo desse processo é das famílias das vítimas e dos(as) sobreviventes. Nosso papel é apoiar em tudo, mas nós não somos os protagonistas. Os protagonistas dessa luta são os familiares e sobreviventes“, enfatiza o presidente da Sedufsm.
O memorial
Com investimento estimado em R$ 4,8 milhões, o novo espaço de 383,65 metros quadrados será feito em um único pavimento, para facilitar a acessibilidade e a manutenção. A obra vai ser custeada com recursos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), fundo presidido pelo MPRS com dinheiro arrecadado de multas e acordos judiciais por danos causados à coletividade.
O projeto do Memorial é capitaneado pela Prefeitura de Santa Maria e conta com o apoio e suporte também do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), arquitetos e engenheiros responsáveis pela execução do projeto.
Textos e fotos: Karoline Rosa
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM