67º Conad encerrou com leitura da Carta de Belo Horizonte Publicada em
Atualizada em 31/07/24 15h35m
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A plenária de encerramento do 67º Conad do ANDES-SN encerrou ao final da noite de domingo (28), com a leitura da Carta de Belo Horizonte, que sintetiza as deliberações do 67º Conad, O evento, organizado pelo SindcefetMG Seção Sindical do ANDES-SN, reuniu 300 participantes, entre delegadas, delegados, observadores, observadoras- representantes de 81 seções sindicais - e diretores e diretoras do Sindicato Nacional. 

O evento deliberou sobre as resoluções remetidas pelo 42º Congresso, atualizou os planos de lutas do Sindicato Nacional e aprovou as contas da entidade. A leitura da Carta de BH foi feita pela secretária-geral, Francieli Rebelatto. “A luta pela terra, pela vida, pela natureza em sua plena capacidade de seguir produzindo para atender os interesses de nossa classe pode ser uma síntese de tantas lutas em curso e que nosso sindicato tem compromisso de fortalecer”, afirmou a secretária-geral do Sindicato Nacional.

Foram aprovadas 14 moções apresentadas pela diretoria do Sindicato Nacional, por seções sindicais e por docentes da base. Entre vários temas abordados nos textos, as e os participantes manifestaram repúdio à privatização de Instituições de Saúde da rede pública do estado do Rio de Janeiro e apoio à luta em defesa do povo palestino em Belo Horizonte, diante da lei municipal que visa criminalizar ações de solidariedade à Palestina. Cobraram, ainda, a suspensão do convênio entre a Universidade Estadual de Campinas e o Instituto de Tecnologia de Israel (Technion), firmado em 2023.

Manifestaram pesar pela morte dos professores Fabiano Fortes e Felipe Turchetto, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), assassinados em um assalto durante uma viagem de campo com estudantes. E também expressaram solidariedade à Universidade Nacional das Mães da Praça de Maio (UNMa), na Argentina. 

No dia 25 de julho, o governo de Javier Milei nomeou um interventor federal na UNMa, o que expressa mais um ataque à memória, aos direitos humanos e à educação na Argentina. De acordo com a moção aprovada, essa nomeação, além de ser uma afronta à autonomia da universidade, abre um precedente perigoso para as demais universidades públicas argentinas.

Sedufsm

O professor Ascísio Pereira, presidente da Sedufsm, participou como delegado eleito em assembleia no 67º Conad. Também estiveram no encontro, mas na condição de observadoras, as professora Maristela Souza e Lúcia Royes Nunes.

Na avaliação de Ascísio, o encontro foi muito importante para atualizar as políticas do ANDES-SN para o segundo semestre. Entre os apontamentos do 67º Conad, a importância de seguir agindo para garantir, junto ao governo, o que foi negociado na greve.

Um dos temas enfatizados no debate sobre os resultados do movimento paredista é a recomposição orçamentária. “A recomposição do orçamento das Instituições Federais de Ensino foi de extrema relevância, mesmo que ainda insuficiente. Contudo, devemos continuar lutando para que essa conquista seja efetivada na prática”, frisa Ascísio.

Ainda sobre a greve, Ascísio destaca que uma das maiores conquistas foi em relação à categoria EBTT (Ensino Básico, Técnico e Tecnológico) em função de que, a partir do acordo assinado, os/as docentes dessa carreira deixarão de sofrer controle pelo ponto eletrônico. “Mas, essa conquista precisa ser normatizada pelo governo federal, padronizando para todas as instituições. Todos nós somos docentes da rede federal, então, se os do magistério superior não assinam ponto, os/as dos colégios e Institutos Federais também não devem bater ponto”, enfatiza o presidente da Sedufsm.

Outro tema bastante discutido no Conad foi a questão da finalização do movimento grevista. Para Ascísio, apesar das divergências, o fato é que o ANDES-SN é um sindicato, um dos maiores da América Latina, que se organiza pela base e respeita as decisões da categoria tomadas na base. Sendo assim, diz ele, mesmo que haja entendimentos diferentes do que foi o movimento paredista, o fato é que majoritariamente há uma compreensão de que a greve ocorrida foi importante e que os ganhos foram os possíveis, não necessariamente os ideais.

ANDES-SN e o encerramento do 67º Conad

Gustavo Seferian, presidente do ANDES-SN, ao se pronunciar na plenária de encerramento, ressaltou que o 67º Conad cumpriu todas suas tarefas, tanto aquelas voltadas ao papel de conselho fiscal do Sindicato Nacional, como a atualização dos planos de lutas. “Tivemos condições aqui de poder atualizar o nosso plano de lutas e construir, a partir de um balanço importante acerca das ações do nosso Sindicato Nacional e de cada um e cada uma de nós no último período, o melhor modo de agir, o melhor modo de intervir na realidade para garantia de todos esses aspectos e outros, que também dão conta do título que apresentamos à construção do 67º Conad”, afirmou.

“Nós saímos desse Conad maiores, mais fortes e armados para dar o embate necessário a essa corja burocrática que atenta contra o nosso instrumento de classe fundamental, que todas e todos nós aqui construímos, nos empenhamos, nos entregamos. Estamos aqui, quase meia-noite, tratando das nossas questões relacionadas ao sindicato ainda, e sem sombra de dúvida, devemos brindar também essa nossa construção, que a gente com sorriso, com disposição, possa voltar a se encontrar em breve no nosso Conad extraordinário para tratar de carreira, em Brasília, e que todas e todos aqui possam ter um bom retorno para as suas residências”, exclamou Seferian.

Confira mais notícias do 67º Conad em www.sedufsm.org.br

Edição: Fritz R. Nunes com informações do ANDES-SN
Fotos: ANDES-SN e Fritz R. Nunes
Assessoria de imprensa da Sedufsm