Sindicato rechaça minuta de progressão docente ao apagar das luzes e sugere retirada da proposta da pauta do Consu
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Atualizada em
19/12/24 18h21m
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“Visão tecnicista e burocrática da Reitoria”, avalia vice-presidenta da Sedufsm, Liane Weber, ao criticar envio de proposta sem debate amplo
Encaminhar uma minuta que altera os critérios de progressão e promoção docente para votação no Conselho Universitário (Consu), instância máxima de deliberação da UFSM, na última reunião do ano e no penúltimo dia letivo do semestre, demonstra uma “visão tecnicista e burocrática da Reitoria, que beira um descuido com a saúde mental da categoria, já tão pressionada”, avalia a vice-presidenta da Sedufsm, professora Liane Weber. Ainda nesta quinta, 19, a Seção Sindical divulgou nota pública em que repudia a iniciativa da gestão da universidade.
A diretora lembra toda a dificuldade que a comunidade universitária enfrentou ao longo do ano de 2024. “É um ano que está sendo extremamente exaustivo para nós, com os desastres climáticos causados pelas enchentes, a infecção por rotavírus causada pela contaminação da água na UFSM, entre tantas outras demandas. Não há um docente, uma docente, que não esteja se lastimando das condições exaustivas do nosso ambiente de trabalho”, frisa Liane.
A alteração nos critérios de progressão e promoção docente não é um tema novo. Ele circulou na UFSM no primeiro semestre do ano passado e levou a uma grande mobilização da categoria docente, encabeçada pela Sedufsm.
A insatisfação foi tão grande com o conteúdo da proposta, que em seu cerne ampliava a sobrecarga de trabalho de professores/as, que a assembleia convocada pela seção sindical no dia 29 de junho de 2023 rechaçou a minuta da Reitoria. Na plenária foram mais de 200 docentes que participaram presencialmente no Audimax e também via Google Meet. Após esta assembleia, a Reitoria retirou a proposta do debate. Por isso, surpreendeu à diretoria da Sedufsm o envio de uma nova proposta às vésperas do recesso acadêmico na universidade.
Prejuízos e falta de diálogo
Liane Weber comenta que o encaminhamento da proposta foi tão aligeirado, que houve pouco tempo hábil de dimensionar a magnitude do prejuízo. Todavia, ela analisa que é possível perceber que, em geral, “o ensino é pouco valorizado - a pontuação por 1 crédito é menor que participação em um colegiado, por exemplo. A Orientação de Estágio vale menos que de iniciação científica. Atividades administrativas valem 5 pontos, mas a minuta não diz quais são”. O entendimento da Sedufsm, segundo ela, é de que “a pontuação tem que ser equânime entre ensino-pesquisa-extensão e gestão, não podendo valorizar mais uma coisa que outra.”
No momento em que a diretoria da Sedufsm tomou conhecimento de que a Administração da UFSM havia encaminhado uma minuta com alteração de progressões e promoções docentes ao Consu, solicitou uma audiência ao Gabinete do Reitor, mas não foi atendida. “Foi feito contato com a chefia de gabinete, que respondeu a impossibilidade de agenda”, explica Liane. Porém, conforme a diretora, “existem questões de urgência que extrapolam problemas de agenda. Se não há como dialogar antes do Conselho, por que não retirar de pauta para dialogar?”, questiona ela.
O que a Seção Sindical das e dos Docentes da UFSM reivindica é bem simples, explica Liane Weber. “Gostaríamos que a minuta fosse retirada da pauta do Consu desta sexta-feira e que ela só seja encaminhada para votação após um amplo debate na base, ou seja, nos departamentos didáticos”.
A diretora salienta que, mesmo que a minuta atual não seja tão prejudicial quanto à anterior, que dobrava a pontuação necessária para as progressões/promoções, há uma questão de base: a falta de debate. A minuta foi encaminhada pela Secretaria Técnica de Pessoal Docente diretamente para o Consu, sem passar pelas unidades de ensino.
Veja abaixo, em anexo, o documento relativo ao tema que consta da pauta do Consu.
Texto: Fritz R. Nunes
Foto: Arquivo/Sedufsm
Assessoria de imprensa da Sedufsm
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Documentos
- Documento sobre progressão docente