UFSM oferece licenciatura voltada à educação de indígenas Guarani SVG: calendario Publicada em 05/02/25
SVG: atualizacao Atualizada em 06/02/25 11h00m
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Inscrições podem ser feitas até a próxima segunda, 10 de fevereiro, no site da Prograd

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Escola na aldeia Guaviraty Porã, em Santa Maria

Estão abertas, até a próxima segunda-feira, 10 de fevereiro, as inscrições para a graduação voltada à educação de indígenas da etnia Guarani Mbya, ofertada de forma pioneira no estado do Rio Grande do Sul pela UFSM. O curso de licenciatura será realizado em edição única, com a disponibilização de 30 vagas, reservadas exclusivamente para integrantes da comunidade guarani que tenham interesse em lecionar nas escolas aldeadas ou mesmo que já o façam, ainda que sem a formação técnica. As inscrições podem ser feitas aqui.

O curso integra o Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR Equidade), cujo objetivo é formar docentes que atuem na educação escolar indígena, quilombola e do campo, bem como na educação inclusiva e bilíngue de pessoas surdas.

Ofertado na modalidade presencial, em regime de alternância, o curso terá aulas no campus sede da UFSM, em Santa Maria, nos meses de janeiro/fevereiro e julho/agosto, nos turnos da manhã e tarde. Entre março/junho e setembro/dezembro, serão desenvolvidas atividades pedagógicas nos territórios Mbya Guarani. O tempo-universidade (atividades oferecidas dentro da instituição) terá duração aproximada de quatro semanas, ao passo que o tempo-comunidade (nos territórios) deve transcorrer ao longo de quatro meses.

Formação kaingang

Esse não será o primeiro curso da UFSM voltado à educação indígena. Entre os anos de 2019 e 2024, o campus da instituição em Frederico Westphalen ofereceu a Licenciatura Intercultural Indígena, voltada especificamente à etnia Kaingang. Sob coordenação da professora Aline Passini, a graduação formou 26 professores e professoras indígenas, que, em sua maioria, já estão atuando nas escolas de seus territórios.

A docente conta que as e os estudantes faziam parte de cinco aldeias localizadas ao redor da cidade de Frederico Westphalen. Severas dificuldades, como a falta de computador em casa e a fragilidade do sinal de internet, tornaram o percurso formativo ainda mais desafiador.

“Todo sábado nós íamos em um polo ministrar as aulas presenciais, porque como eles têm a oralidade muito forte, precisam da presença do professor nas explicações. Eles precisam se manifestar. Então cada sábado os professores - eu acompanhava como coordenação -  iam a um polo diferente ministrar e ter esses encontros com eles. A gente imprimiu apostilas do material para que eles pudessem ler com mais calma em casa”, explica Aline, acrescentando que todo o material didático foi adaptado para o curso, pois a primeira língua das e dos estudantes era o Kaingang, ficando a língua portuguesa em segundo lugar.

“O curso inteiro foi pensado para eles e construído com eles. Iniciamos o curso com esse desafio de que fosse realmente algo que eles conseguissem acompanhar. E o curso encerrou com chave de ouro. Nós celebramos a formatura no dia 19 de abril de 2024, que é o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Foi o primeiro curso indígena EAD do Brasil. Foi um sentimento de missão cumprida realmente, porque nós passamos por todo o período de pandemia e, como eu disse, todos os alunos eram aldeados. E o retorno que a gente tem de todos os alunos que se formaram é o mais positivo possível. Tanto dos alunos que se formaram, quanto das lideranças, quanto das escolas”, relata a professora.

No dia da formatura, tanto o juramento quanto os discursos foram proferidos na língua Kaingang, algo que se tornou bastante simbólico, sendo a primeira formatura bilíngue da instituição.

*Formatura da turma Kaingang do curso de Licenciatura Intercultural Indígena/UFSM 

Novo curso, agora presencial

Nos mesmos moldes da Licenciatura Mbya Guarani Educação Intercultural Indígena, que será realizada no campus de Santa Maria com foco na comunidade Guarani, ocorrerá uma edição da Licenciatura Intercultural Indígena, ligada ao PARFOR, no campus da UFSM em Frederico Westphalen, com foco na comunidade Kaingang. Para esse último, as inscrições já estão encerradas e os/as estudantes já foram selecionados, sendo necessário apenas a autorização do MEC [Ministério da Educação] para o início das atividades.

Aline Passini, coordenadora da primeira graduação EaD em Educação Indígena do Brasil, disse que o sucesso do curso ofertado entre 2019 e 2024 no campus de Frederico foi tão grande que essa nova edição – agora via PARFOR – recebeu mais de 250 inscrições.

“Essa próxima etapa será presencial, mas com alternância. Então a gente vai fazer [aulas] concentradas nos finais de semana e preferencialmente nas comunidades, porque eles têm muita dificuldade de locomoção, em função de serem aldeados”, projeta a docente.

 

Texto: Bruna Homrich

Imagens: Germânia Kerexu/Sul 21 e Divulgação

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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