Categorias da UFSM lançam campanha pela paridade nas eleições à Reitoria
Publicada em
08/04/25
Atualizada em
09/04/25 17h23m
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Conselho Universitário deverá definir nesta sexta (11) o formato das eleições deste ano. Campanha pede o mesmo peso de voto (33%) para docentes, técnicos e estudantes

Iniciou oficialmente nesta semana a campanha pela paridade nas eleições à Reitoria da UFSM. A iniciativa reúne as entidades representativas das servidoras e servidores da universidade que defendem a adoção de um modelo eleitoral com pesos iguais para todos os segmentos: docentes, técnicos-administrativos em educação e estudantes. A mobilização ocorre em um ano de escolha da nova gestão da universidade. O Conselho Universitário (Consu) da UFSM deve, em breve, definir o formato da eleição para a Reitoria. A previsão inicial é de que a decisão aconteça na reunião do Consu desta sexta-feira, 11 de abril.
Atualmente, a UFSM adota o sistema de consulta à comunidade com peso de 70% para votos de docentes e 30% para a soma dos votos de técnicos e estudantes. O resultado dessa consulta é, posteriormente, encaminhado ao Ministério da Educação (MEC) após deliberação dos conselhos superiores. A proposta da campanha é alterar essa lógica, adotando a proporção igualitária de 33% para cada uma das três categorias, prática já implementada em 75% das universidades federais do país.
Recentemente, em 2021, em um cenário de autoritarismo federal e intervenção nas instituições de ensino, a UFSM adotou um processo criticado por sua falta de democracia: uma "pesquisa de opinião" com a comunidade foi posteriormente referendada pelos conselhos superiores, ignorando o princípio da paridade entre as categorias. Agora, entidades representativas servidoras, servidores e estudantes defendem a retomada de um modelo realmente democrático, que garanta igualdade de peso entre os votos das três categorias – prática já adotada por 75% das universidades federais e que, por mais de duas décadas, também foi realidade na UFSM.
De acordo com o professor Everton Picolotto, diretor da Sedufsm, a paridade é essencial para fortalecer a democracia na universidade. “Trata-se de refletir sobre quem tem o direito de definir os rumos da instituição, elegendo seus principais gestores — reitor, reitora, vice-reitor ou vice-reitora. Hoje, pela legislação, o colégio eleitoral é bastante restritivo: 70% do peso da eleição fica com os docentes, enquanto apenas 30% é destinado às demais categorias”, explica.
Segundo Picolotto, o sindicato historicamente defende a alteração desse modelo. “Acreditamos que os pesos deveriam ser equivalentes entre as categorias, com um terço para docentes, um terço para técnicos-administrativos em educação e um terço para estudantes. Dessa forma, ampliamos a participação e valorizamos a diversidade que compõe a UFSM.” Picolotto destaca ainda que a campanha recém-lançada busca justamente dar visibilidade a essa pauta e mobilizar a comunidade acadêmica e declara: “A Sedufsm é pela paridade”.
Com a campanha, as categorias defendem que a universidade retome seu compromisso histórico com a participação democrática e plural. Para os sindicatos, garantir pesos iguais entre docentes, técnicos e estudantes é fundamental para fortalecer a autonomia universitária e assegurar a legitimidade do processo eleitoral.
Confira, abaixo, a nota de lançamento da campanha pela paridade assinada pela Sedufsm, Assufsm, Sinasefe e ATENS:
POR UMA UFSM MAIS DEMOCRÁTICA!
Se defendemos autonomia universitária, precisamos defender democracia. Não há democracia, de fato, quando os votos têm pesos diferentes. Se votamos de forma direta e com o mesmo valor para o Legislativo e para o Executivo, por que não fazer o mesmo dentro da Universidade? Por que o peso de uma categoria vale mais?
QUEREMOS QUE A ELEIÇÃO À REITORIA DA UFSM SEJA PARITÁRIA!
Dia 11, o Conselho Universitário (CONSU) irá discutir o regimento eleitoral. Que a UFSM se una a mais de 75% das Universidade Federais e adote a forma paritária, dando o mesmo valor para os votos de estudantes, técnicos/as e docentes.
DEMOCRACIA JÁ! GESTÃO ELEITA PELA MAIORIA É GESTÃO EMPOSSADA!
Texto: Nathália Costa
Imagem: Italo de Paula
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
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