UFSM terá grupo de reflexão para homens autores de violência doméstica SVG: calendario Publicada em 22/05/25
SVG: atualizacao Atualizada em 22/05/25 18h02m
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Diretora da Sedufsm defende formação antimachista para professores e mais mulheres em espaço de gestão dentro da universidade

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Reunião entre ODH/UFSM, Ministério Público Estadual e Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher

A partir de junho ocorrerá, na UFSM, encontros para que homens reflitam sobre sua relação com as mulheres e desconstruam aspectos machistas de seu comportamento, principalmente quando esses comportamentos se desdobram em agressões e violências de gênero. Trata-se do Grupo de Reflexão para Homens Autores de Violência: (Re)Pensando Masculinidades, criado pelo Observatório de Direitos Humanos (ODH) da UFSM em conjunto com o Ministério Público Estadual (MPE) e o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

Segundo divulgado no site da universidade, a proposta do grupo vem sendo construída desde 2024, por uma equipe multidisciplinar formada por servidores, servidoras e estudantes. Os objetivos principais são promover um espaço de escuta, responsabilização e transformação àqueles homens que cometeram violência doméstica, prevenir novas ações violentas e fortalecer as redes de proteção às mulheres.

Em entrevista à Sedufsm, a chefe do Observatório de Direitos Humanos da Pró-Reitoria de Extensão e professora do Departamento de Metodologia do Ensino da UFSM, Jane Schumacher, explica que o grupo intenciona desconstruir, por meio de debates, dinâmicas e reflexões, as crenças machistas que sustentam a violência de gênero.

“A participação em grupos para homens, medida prevista na legislação brasileira e considerada uma importante estratégia no enfrentamento à violência de gênero, busca não apenas punir, mas, por meio da formação, levar os sujeitos a refletir sobre suas atitudes, compreender os efeitos da violência e desenvolver formas saudáveis e respeitosas de se relacionar, promovendo mudanças em seus comportamentos e concepções sobre masculinidade, poder e gênero. Com esse processo, que é formativo e educativo, passam a entender que seus atos são reprováveis e inaceitáveis socialmente”, comenta Jane.

Para Ricardo Pereira de Felippe, assistente social que coordenará o Grupo de Reflexão (Re)pensando Masculinidades, o projeto tem caráter transformador. “Quando homens mudam atitudes, toda a sociedade sai ganhando. Ao ser quebrado o ciclo de violência é gerado mais segurança para essas mulheres, para essas famílias que são afligidas pela violência doméstica”, destaca.

Política de Gênero – Aprovada em 2021, a Política de Gênero da UFSM é lembrada pela professora Jane como um instrumento para a promoção da equidade dentro da universidade. Outras iniciativas destacadas pela docente são os grupos de extensão que dialogam sobre masculinidades, gênero, diversidade sexual, violência de gênero, paternidades e relações de poder.

“Essas discussões permeiam diversos momentos da vida universitária, como eventos acadêmicos, semanas de acolhimento, viva o campus, rodas de conversa e campanhas institucionais, contribuindo para a criação de um ambiente respeitoso, seguro e acolhedor para todas as pessoas”, avalia a coordenadora da ODH.

Para Neila Baldi, diretora da Sedufsm e integrante do Grupo de Trabalho Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES-SN, a Política de Gênero da UFSM é um grande avanço, mas precisa ser efetivada, uma vez que muitas questões nela previstas ainda não saíram do papel.

“Por isso colocamos no programa da atual gestão da Sedufsm ampliar esse debate. Queremos que o GT avalie a questão tanto de gênero como de ações afirmativas e faça proposições para a gente construir a efetivação dessas políticas. Inclusive temos reunião do GT quarta que vem para iniciar este debate”, perspectiva a docente.

Ela ainda propõe uma reflexão mais ampliada sobre violência de gênero, lembrando que não se limita à agressão física, mas a uma série de comportamentos que diminuem mulheres.

“Quando uma professora precisa ter sua fala referendada por um homem, quando tem sua fala interrompida por ser mulher, está sofrendo violência. Neste sentido, tenho a sensação que trabalhamos muito para o público externo, com ações de extensão. Fazemos formação de futuros/as docentes, nas licenciaturas, trazendo estas temáticas. Mas e os nossos colegas? Precisamos também formá-los. E não é só com campanha contra assédio”, defende Neila, resgatando uma das previsões da Política de Gênero: mais mulheres nos espaços de gestão, em especial nos conselhos superiores da instituição. Para ela, quando mais mulheres assumem esses lugares, maior a potência formativa que eles representam.

 

Texto: Bruna Homrich

Imagem: UFSM

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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