68º Conad: nova diretoria do ANDES-SN é empossada Publicada em 11/07/25
Atualizada em 11/07/25 19h03m
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Em cerimônia ocorrida ao final da manhã desta sexta, 11 de julho, no campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), durante a abertura do 68º Conad, foram empossados os 83 diretores e diretoras do ANDES-SN, para o biênio 2025-2027. Em sua primeira manifestação após a posse, o novo presidente, professor Cláudio Mendonça (UFMA), enfatizou que o combate à Reforma Administrativa está entre as prioridades do próximo período. Também citou a necessidade de mobilização contra o Novo Arcabouço Fiscal e o enfrentamento à extrema-direita “nas ruas e nas redes sociais”.

Mendonça, primeiro presidente negro na história de 44 anos do Sindicato Nacional, fez questão de ressaltar que, quando se combate tentativas de golpe e a ideia de um estado autoritário, não se pode perder de vista o fato de que, nas periferias das cidades já existe um Estado de “exceção”, em que cerca de 90% daqueles e daquelas que morrem assassinados/as são pessoas negras. Durante seu discurso, Cláudio Mendonça ainda citou pensadores/as e militantes que simbolizam a causa do movimento negro, tanto nacionais como internacionais.

A posse da nova diretoria foi antecedida por uma fala do presidente que deixava a gestão, professor Gustavo Seferian. Ele destacou que o biênio 2023-2025 foi de muitas dificuldades, mas com diversos avanços. Citou conquistas importantes relacionadas à greve, com benefícios nunca antes negociados por parte de governos, como por exemplo, o enquadramento de aposentados/as. Ao mesmo tempo, reconheceu que, mesmo que insuficiente, o reajuste salarial foi significativo, e obtido após muita luta.

Na visão de Seferian, os dois anos de gestão foram de muitos embates, e ainda há muito mais no cenário, como por exemplo, a luta para interromper o colapso ambiental e fazer cessar assassinatos de indígenas, quilombolas. Para ele, o ANDES-SN demonstrou cada vez mais “vigor” no seu interior e a demonstração disso estaria no fato de que não houve redução de filiados/as. Ao contrário, argumentou, houve mais sindicalizações e novas seções sindicais se vincularam ao Sindicato Nacional.

Quase ao final de sua manifestação, Seferian fez diversos agradecimentos, entre esses, às quatro chapas que participaram do processo eleitoral à diretoria nacional, em maio. Gustavo Seferian também entregou à diretoria que assumia um documento intitulado “relatório de atividades”.

Universidade e Sociedade

Durante a plenária de abertura desta sexta-feira, a comissão editorial do ANDES-SN apresentou a delegados/as e observadores/as a edição mais recente da revista ‘Universidade e Sociedade’, que tem como tema central “As lutas anticapitalistas no contexto da COP 30: em defesa da vida, da Amazônia e dos povos originários/tradicionais”. A comissão organizadora da publicação de número 76 são: Jennifer Web, Alexandre Galvão, Annie Hsiou e Letícia Carolina.

Ainda no período da plenária que abriu o 68º Conad foi apresentado por docentes que fazem parte do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA), o relatório preliminar da Enquete de Saúde Docente., que envolveu universidades de todo o país.

Mesa de abertura

A mesa inicial do Conad teve a presença de autoridades, como a reitora da UFAM, Tanara Lauschner, mas também diversas lideranças sindicais e de movimentos sociais. Prestigiaram o evento e deram suas contribuições políticas:

- Elisiane Lima (Sinasefe/AM), Ronaldo Vitoriano (Sintesam- Sindicato de Trabalhadores do Ensino Superior do Amazonas), Clarice Gama (Representante da Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas -FAMDDI), Keilah Fonseca (Representante da Associação Crioulas do Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito); Júlio Cesar (Representante de Movimento de Luta dos Trabalhadores Independentes -MLTI); Gleice Oliveira – Representantes do Fórum das Águas; Mônica Xavier – Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Amazonas (SindUEA);  Júlia Cacho – Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET).

Momento cultural

Antes da abertura propriamente dita do 68º Conad, aconteceu o momento cultural. De início, o ritual de defumação com o indígena Jaime Diakara Dessano. A defumação é considerada uma prática ancestral entre os povos nativos, sendo usada em cerimônias de oração, proteção, purificação e cura. As ervas sagradas são queimadas para produzir fumaça que dispersa as impurezas e inicia o processo para afastar maus espíritos.

O responsável pelo ritual de defumação, Jaime Diakara Dessano, é pedagogo, mestre em Antropologia Social, doutorando no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS) pela UFAM, além de escritor de literatura indígena do povo Desâna.

E o momento cultural que levantou o público foi durante a apresentação do grupo ‘Cateto da Toada’, que é um grupo musical formado por parintinenses que residem em Manaus. “Cateto” significa luz na seara óptica. O grupo escolheu esse termo porque defende que cada integrante carrega um dom e fazem da toada a luz da arte nortista, forma poética para exaltar origens e costumes.

Integram o Cateto da Toada: levantador, Alciro Neto; tecladista, Gilvan Pimentel; dançarino, Raulino Christian; dançarina, Adriane Oliveira; e como tripas dos bois, Edilson Dacio e Jackson Carvalho. O grupo interpreta as toadas da nação azul e branca “Pode avisar!” e “Málúù Dúdú” e da nação vermelha e branca “Lamento de Raça” e “Vermelho”.

O 68º Conad prosseguiu na tarde desta sexta, 11, com a plenária de instalação e após, a plenária de conjuntura. No turno da noite ocorre a primeira reunião de grupos de traballho, que seguirão no sábado, dia 12, turnos da manhã e tarde, e, à noite do dia 12 (a plenária do tema II, Plano de Lutas) e no domingo, as últimas plenárias (Tema III, questões organizativas e financeiras) e de encerramento..

Texto e fotos: Fritz R. Nunes com informações do ANDES-SN
Assessoria de imprensa do ANDES-SN