Um marco para a região norte do estado: UFSM em Frederico Westphalen completa 19 anos Publicada em 10/10/25
Atualizada em 10/10/25 17h21m
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Nos 18 anos em que leciona no campus da UFSM em Frederico Westphalen, o docente do departamento de Ciências da Comunicação, Luis Fernando Rabello Borges, foi testemunha de várias transformações. “Vi surgir prédios, calçamentos, árvores, toldos, casas do estudante (duas) e até mesmo cursos (inclusive de pós-graduação), além de postes de luz e acostamentos na estrada que dá acesso ao campus. Mesmo assim, não foi de um dia para o outro”, relembra. Ele trabalha no campus desde junho de 2006, tendo lá chegado apenas sete meses após a inauguração do local, em 16 de outubro de 2006. E, neste período, o professor diz não terem sido poucas as vezes em que sujou os calçados de barro e molhou as roupas na chuva. “Tudo tem sido feito aos poucos, na medida do possível, a partir do que os recursos disponíveis permitem”, acrescenta. Hoje, avalia Borges, o campus oferece condições muito boas de trabalho.

As histórias do docente e do campus da UFSM em Frederico Westphalen se misturam, assim como as de tantas e tantos outros professores, técnico-administrativos em educação e estudantes que abraçaram a tarefa de construir e consolidar um campus totalmente novo, inserido em uma cidade de pouco mais de 33 mil habitantes. Na próxima quinta-feira, 16 de outubro, a UFSM Frederico Westphalen completa 19 anos de existência, e, entre avanços e desafios, a comunidade segue concentrada no propósito de ampliar e melhorar o acesso à educação no interior do estado do Rio Grande do Sul, mais especificamente em sua região Norte.

Para marcar o aniversário do campus, a Sedufsm realiza uma atividade de acolhimento na próxima quinta-feira, 16, às 10h, no Hall do prédio 1. A atividade será marcada pela apresentação da Oficina de Música, liderada pelo professor aposentado do curso de Música da UFSM, Oscar Daniel Morales, que, acompanhado por mais dois músicos e uma cantora, interpretará canções da música popular latino-americana. Além disso, as e os diretores farão uma conversa com a categoria docente do campus a respeito da luta contra a Reforma Administrativa, projeto que, na avaliação do movimento sindical, vem para desmontar o Estado brasileiro, fragilizar a estabilidade, facilitar demissões, arrochar salários e precarizar a prestação de serviços públicos à população. Mais informações sobre a atividade de acolhimento ao fim desta matéria.

Breve diagnóstico 

Eliane Pereira dos Santos, vice-diretora do campus, encaminhou à nossa Assessoria, em nome da direção da UFSM em FW, algumas avaliações a respeito da importância, das conquistas e das dificuldades ainda enfrentadas pela comunidade.

“A presença da UFSM/FW tem fortalecido os setores produtivos locais, fomentado a inovação e estimulado a permanência de jovens talentos na região. Além disso, a universidade se consolidou como um importante espaço de cultura, diversidade e convivência, contribuindo para a formação cidadã e para o desenvolvimento sustentável do Médio Alto Uruguai e de toda a região Norte do estado”, diz a direção, frisando que a criação do campus foi fruto de um convênio firmado entre UFSM e Governo Federal no ano de 2005. Atualmente, o campus acumula dois pedidos de patentes de invenção, sete cultivares registradas e diversos programas de computador desenvolvidos, destacando-se pela produção científica e tecnológica.

Ocorre que, apesar de toda a potência da instituição, a comunidade da UFSM em Frederico Westphalen ainda enfrenta desafios importantes, como os citados pela direção: necessidade de ampliação do quadro de servidoras e servidores docentes e técnico-administrativos, a fim de acompanhar a ampliação da oferta de cursos e de projetos de pesquisa, extensão e inovação; fortalecimento da infraestrutura física e tecnológica, de modo a garantir que o campus continue oferecendo um ambiente adequado ao ensino, à pesquisa e à convivência acadêmica; integração com o setor produtivo regional e ampliação das parcerias institucionais, estratégicos para o avanço da universidade e dinamização da economia local.

“Além disso, é fundamental a continuidade e ampliação das políticas de assistência estudantil, garantindo que os alunos, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica, tenham condições plenas de permanecer e concluir seus cursos com qualidade. Superar essas dificuldades exigirá o empenho conjunto da comunidade acadêmica, das lideranças políticas e da sociedade civil. O compromisso coletivo com o fortalecimento da UFSM/FW é o caminho para assegurar que a instituição siga cumprindo seu papel de formadora de cidadãos, geradora de conhecimento e promotora do desenvolvimento sustentável da região Norte do Rio Grande do Sul”, expõe a direção do campus.

Ainda é preciso divulgar a universidade

Embora seja colega de Luis Roballo no departamento de Ciências da Comunicação, a professora Fabiana Pereira chegou mais recentemente ao campus, há dois anos e meio, porém já percebe os desafios da interiorização. Um deles diz respeito à necessidade constante de divulgar a existência de uma universidade pública, gratuita e federal no norte do estado, pois muitas vezes a primeira pergunta das pessoas é “quanto custam os cursos?”.

Ela, que é diretora da Sedufsm, observa que a multicampia veio para ficar e cumprir seu papel de democratizar o ensino, levando a universidade para lugares antes inacessíveis. E, se a descentralização é uma realidade posta, então é preciso que o sindicato também se faça cada vez mais presente nesse processo. Fabiana lembra que a Sedufsm, em nível local, e o ANDES-SN, em nível nacional, têm Grupos de Trabalho (GT) de Multicampia, encarregados de olhar para as especificidades dos campi fora de sede.

“Assim como nós, professores do campus de Frederico, cobramos a presença das pró-reitorias aqui para que se discuta olho no olho, também é importante que o sindicato esteja aqui olho no olho com os professores, mostrando o seu potencial, sua força e o quanto precisamos estar unidos”, disse a docente.

Hoje, diz Fabiana, a Sedufsm tem o cuidado de pensar atividades para a sede em Santa Maria e para os campi (Frederico Westphalen, Palmeira das Missões e Cachoeira do Sul). Desde as assembleias, que são realizadas de forma síncrona, até as atividades de recepção e acolhimento, passando pelos momentos festivos e culturais, há, sempre, a preocupação em incluir, o máximo possível, as e os docentes dos campi descentralizados.

“A presença do sindicato em Frederico Westphalen é importante para mostrar como essa universidade é feita de múltiplas vozes e de múltiplas mãos, entre elas um sindicato forte e representativo. Essa presença mostra que o sindicato existe e está tentando sensibilizar as pessoas para que voltem a olhar para o sindicalismo como um espaço de atuação e parceria”, conclui Fabiana.

Demanda por RU e Auditório

Para o professor Luis Fernando Borges, há necessidades pontuais que ainda não foram atendidas no campus, a exemplo de um Restaurante Universitário (RU) e de um auditório para comportar eventos de maior porte. Quanto ao primeiro, o docente diz que, no início deste ano, foram implementados um restaurante e uma lancheria, mas um RU propriamente dito ainda não existe, de forma que as e os estudantes seguem utilizando o restaurante do IFFar (antigo Colégio Agrícola de Frederico Westphalen).

“Outra pendência que vem desde os primórdios do campus diz respeito ao transporte coletivo. Entra empresa e sai empresa, permanecem os horários limitados durante a semana e inexistentes nos finais de semana, o que prejudica sobretudo quem mora na Casa do Estudante, mas também quem quer usufruir dos espaços de lazer do campus, tal como acontece em Santa Maria. E aí entra em jogo um problema mais amplo, que é a própria falta de transporte coletivo no município de Frederico Westphalen. Afora isso, ainda há alguns poucos pontos que precisam de cobertura, como as vias de acesso ao restaurante e à biblioteca, além de outras questões que sempre podem surgir. Mas esses itens também fazem parte daquele conjunto de pendências que vão sendo resolvidas aos poucos”, conclui Borges.

Números - Atualmente, segundo informações repassadas à nossa Assessoria pela direção do campus, a UFSM em Frederico Westphalen tem 702 estudantes de graduação presencial e 82 de pós-graduação; 90 docentes; 50 técnico-administrativos em educação e 32 colaboradores terceirizados. São oferecidos seis cursos de graduação presenciais (Agronomia, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Florestal, Jornalismo, Relações Públicas e Sistemas de Informação); um curso de graduação na modalidade EAD (Licenciatura em Computação) e o curso Licenciatura Intercultural Indígena (PARFOR). Na pós-graduação, há uma especialização em Gestão de Tecnologia da Informação; dois cursos de mestrado (Agronomia – Agricultura e Ambiente, e Ciência e Tecnologia Ambiental) e um curso de doutorado (Agronomia – Agricultura e Ambiente). Há a previsão de implantação do curso de Direito em 2026.

Programação cultural 

Nos dias 16 e 19 de outubro, a UFSM-FW promove atividades comemorativas em alusão aos 19 anos do campus. Veja, abaixo, a agenda completa: 

16/10 (quinta-feira)

• 9h30min, hall do prédio principal da UFSM/FW: Apresentação dos textos classificados no Concurso Literário ‘Minha vida no Campus”;
• 10h, hall do prédio principal da UFSM/FW: Apresentação do grupo "Oficina de Música", promovida pela Sedufsm. Com a coordenação do professor aposentado do curso de Música, Oscar Daniel Morales, o grupo é formado pelos músicos Igor Fuchs (contrabaixo), Gabriel Jardim Pinto (violão) e Luiza Gomes (voz), que interpretam canções da cultura popular latino-americana, tais como samba, milonga, candombe e chacarera, em arranjos que mesclam elementos clássicos e contemporâneos.
• 19h, Catedral Santo Antônio de Frederico Westphalen: Apresentação da Orquestra Sinfônica de Santa Maria.

19/10 (domingo)

• 15h às 18h, entorno do lago da UFSM/FW: Primeira edição do Viva o Campus.

Texto: Bruna Homrich

Arte: Italo de Paula; Foto: Fritz Nunes

Assessoria de Imprensa da Sedufsm