Categoria rejeita proposta de reajuste dos benefícios e reafirma defesa da isonomia entre ativos e aposentados
                
                    
 Publicada em
                                            03/11/25
                        
                                                    
 Atualizada em
                            03/11/25 19h03m
                            
                                                
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            Assembleia realizada nesta segunda-feira (3) avaliou proposta do governo apresentada na MNNP, além de pautar mobilizações contra a PEC 38/2025 e apoio à Retomada Kaingang Vēn Ga
                            Docentes da UFSM reuniram-se na manhã desta segunda-feira, 3 de novembro, no Auditório Wilson Aita, anexo ao Centro de Tecnologia (CT), para mais uma assembleia da categoria. Como de costume, o encontro também foi transmitido aos docentes dos campi da UFSM em Frederico Westphalen, Cachoeira do Sul e Palmeira das Missões.
A atividade integrou a rodada de assembleias convocadas nacionalmente pelo ANDES-SN com o objetivo de avaliar as propostas apresentadas pelo governo federal na última reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), realizada em 22 de outubro, em Brasília (DF).
As entidades sindicais que integram a MNNP têm até o dia 5 de novembro para encaminhar uma resposta ao governo. A proposta apresentada envolve reajustes nos benefícios: o governo propôs aumento de 17,5% no auxílio-alimentação, elevando o valor de R$ 1.000 para R$ 1.175 a partir de dezembro de 2025, com correção pelo IPCA em abril de 2026. Já os benefícios referentes ao auxílio pré-escolar e à assistência à saúde suplementar seriam reajustados em abril de 2026, também conforme o IPCA e condicionados à aprovação do PLOA.
Segundo o ANDES-SN, a forma como o governo apresentou a proposta, sem abertura de espaço para negociação efetiva e com prazos reduzidos para devolutiva, revela desrespeito à temporalidade necessária para deliberação pela base. Além disso, a proposta desconsidera reivindicações já apresentadas pela bancada sindical, como a equiparação dos benefícios entre os três poderes e a extensão dos reajustes a aposentados e pensionistas. Leia a avaliação completa do sindicato nacional aqui.
Categoria rejeita proposta e reafirma defesa da isonomia
A diretoria da Sedufsm abriu o ponto demarcando seu posicionamento crítico em relação à proposta do governo, por entender que a mesma não atende às demandas da categoria, principalmente diante da ausência de paridade entre ativos e aposentados,
Após o debate, as e os docentes presentes na assembleia decidiram, por unanimidade, rejeitar a proposta apresentada pelo governo federal. O principal argumento levantado foi a ausência de contemplação de aposentados e pensionistas, o que fere o princípio da isonomia, historicamente defendido pela Sedufsm.
Durante as falas, também foram destacadas críticas à lógica de criação de gratificações e benefícios que não incidem sobre o salário-base, resultando na exclusão sistemática de aposentadas(os) e no achatamento dos vencimentos. Para a categoria, o reajuste salarial que acompanha a inflação é sistematicamente deixado de lado, comprometendo o valor das aposentadorias e esvaziando o caráter coletivo das conquistas do funcionalismo.
A decisão da assembleia será encaminhada ao ANDES-SN como parte da devolutiva nacional ao governo.
Mobilização contra a Reforma Administrativa (PEC 38/2025) segue forte
Outro ponto central da assembleia foi a continuidade das ações de mobilização contra a Reforma Administrativa, agora formalizada como PEC 38/2025. A diretoria da Sedufsm trouxe o relato das atividades mais recentes de mobilização contra a Reforma. Na ocasião, a diretoria ressaltou que a Sedufsm atualmente integra a Frente Única dos Servidores Públicos de Santa Maria, composta também por Assufsm, ATENS/UFSM, Coletivo Municipários em Luta, 2º Núcleo do CPERS-Sindicato, Sindicato dos Municipários, Sinprosm, Sindifism e Sindiserf. Desde 18 de outubro, a Frente vem promovendo debates, panfletagens e reuniões com centros de ensino da UFSM, articulando a resistência à proposta que, segundo as entidades, representa um ataque direto às políticas públicas e à valorização dos trabalhadores do setor público.
Além das ações locais, a diretoria da Sedufsm também relatou atividades nacionais e regionais. No último dia 29 de outubro, cerca de 40 mil pessoas participaram de uma marcha unificada em Brasília, pressionando o Poder Legislativo. No mesmo dia, a Sedufsm realizou uma plenária no Centro de Ciências Rurais (CCR). Já em 30 de outubro, as atividades se concentraram no Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE), com um debate que contou com representantes da Assufsm e do DCE, além de docentes da universidade. Ao final da manhã, diretoras e diretores da seção sindical realizaram panfletagem no arco de entrada do campus sede, em Camobi, dialogando com a comunidade universitária sobre os riscos e impactos da Reforma Administrativa.
A agenda desta semana, de 4 a 6 de novembro, prevê novas reuniões com docentes:
- Terça (4/11): reunião com o Centro de Artes e Letras (CAL), às 14h, com representação da diretora Liane Weber;
 - Quarta (5/11): reunião com o Centro de Ciências da Saúde (CCS), às 13h30, com presença do diretor Jadir Lemos;
 - Quinta (6/11): reunião de avaliação da mobilização, às 13h30, na sede da Sedufsm em Camobi (na Rua Erly de Almeida Lima, nº 690)
 
Novas reuniões serão agendadas e realizadas nos próximos dias nos centros que ainda não foram contemplados: o CCSH e o CT.
A assembleia aprovou a continuidade da agenda de lutas, com proposições de incorporação de materiais de divulgação e a criação de um grupo de estudos sobre a Reforma Administrativa, com participação da assessoria jurídica da seção sindical. Confira aqui as informações completas sobre a agenda de mobilização desta semana.
Apoio à Retomada Kaingang Vēn Ga é reafirmado
A assembleia também deliberou, por unanimidade, pela continuidade do apoio da Sedufsm à Retomada Kaingang Vēn Ga, situada na área da antiga Fepagro, em Santa Maria. A inclusão do ponto foi apresentada pela professora Maristela Souza, da base da Sedufsm, e prevê manutenção do suporte logístico, financeiro e comunicacional, conforme as demandas da comunidade.
Na última semana, a retomada sofreu ataques com fogo e combustível durante a madrugada, colocando em risco as moradias construídas em madeira. O povo Kaingang luta, desde 15 de julho, pela retomada do território, reivindicando o espaço para moradia, práticas culturais e construção de uma escola indígena.
A Sedufsm acompanha a luta desde o início e participou da audiência pública realizada em agosto, reafirmando seu compromisso com os direitos dos povos originários e com a luta por justiça social e territorial.

Informes gerais
Durante os informes, a diretora Belkis Bandeira relatou a participação da Sedufsm no seminário “Feminicídios – Caminhos para o enfrentamento das violências de gênero”, promovido pela Regional RS do ANDES-SN no IFRS – Campus Porto Alegre, em 31 de outubro. A diretora Neila Baldi integrou a mesa “Políticas de enfrentamento às opressões nas instituições de ensino públicas”. Há previsão de uma segunda edição do evento em março de 2026.
O diretor Everton Picolotto informou sobre as atividades culturais em comemoração aos 36 anos da Sedufsm, a serem realizadas nesta sexta-feira, 7 de novembro, a partir das 17h, na Casa Clóvis Guterres (na Rua Erly de Almeida Lima, nº 690), sede do sindicato em Camobi.
O professor Júlio Quevedo apresentou relato de sua participação no XXVII Encontro da Regional RS do ANDES-SN, realizado em Porto Alegre, nos dias 10 e 11 de outubro, que debateu a Reforma Administrativa, a crise ambiental e os desafios da luta sindical e da representatividade da categoria frente à Proifes.
Texto: Nathália Costa
Imagens: Nathália Costa
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
                
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