Construindo 2007!
Publicada em
08/01/2007
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O que esperar do ano que inicia? A pergunta se apresenta ao terminar mais 365 dias. Deveríamos refazer a questão, invertendo-a, no sentido ativo. O que devemos perseguir em 2007?
Primeiro, nos mobilizar para a mudança da política econômica do governo federal. Um segundo governo Lula, ainda submetido ao capital financeiro, será uma oportunidade histórica perdida de forma irreparável. Mudar os rumos em favor de um projeto de desenvolvimento com geração de trabalho e renda é um passo decisivo para a derrota do projeto que ainda insiste em deixar sua marca em nosso País. Sobretudo, contra o capital especulativo, em favor da produção no campo e na cidade, a fim de que diminua cada vez mais a miséria social.
Devemos buscar uma reforma política democrática que fortaleça os partidos, criando a fidelidade aos mesmos. É inadmissível que em uma legislatura, como a de 2003-2006, em torno de 38% dos deputados troque de partido, sem perder o seu mandato.
Aprofundar a política externa independente e multilateral, fortalecendo o Estado sem novas privatizações e ampliando as políticas públicas em saúde, habitação, moradia, cultura, etc., se afastando cada vez mais de práticas sociais compensatórias, através de novos aumentos reais do salário mínimo: eis uma meta de Nação.
Democratizar os meios de comunicação é um anseio republicano. A grande mídia foi a grande derrotada nas eleições de 2006. Manipulou e subestimou os setores populares. Após o pleito, agarrou-se a uma lógica hipócrita, aproveitando erros cometidos no Congresso, como se fosse paladina da moralidade pública. Tenta se salvar do atoleiro se puxando pelos próprios cabelos e jogando a conta na política. Informação é uma questão de democracia. Movimentos sociais e setores progressistas devem buscar uma imprensa comprometida com a maioria da população.
Devemos aumentar a crítica àqueles que provocaram estelionato eleitoral, ao chamar de novo o velho fazer político com pacotes e tarifaços que só fazem espoliar os trabalhadores, pequenos e médios comerciantes e submeter o funcionalismo público ao congelamento salarial, sem qualquer plano de desenvolvimento para o nosso estado.
Queremos uma Santa Maria que saia do marasmo administrativo, que abandone a perspectiva imediatista de sua elite e um Executivo que retorne ao eixo dos setores sociais que originaram seu projeto.
Além disso, parafraseando a música: a gente não quer só comida, mas diversão e arte. A gente não quer só dinheiro, a gente quer felicidade. E, sobretudo, queremos PAZ contra a guerra de Bush e assemelhados.
(Artigo publicado no jornal A Razão do dia 08.01.2007)
Sobre o(a) autor(a)
Professor Titular do departamento de História da UFSM