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Até quando esperar?

15/06/2022

José Renato da Silveira
Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM

“Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus?
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus”.

Plebe Rude

Em 1970, o Brasil estava sob uma ditadura militar, somente 63% das crianças entre 7 e 14 anos frequentavam a escola, não havia programas de transferência de renda, 68% dos brasileiros eram pobres e a parcela da renda apropriada pelos 10% no topo da distribuição era de 48%.

Já em 2010, o Brasil era uma democracia estável, 98% das crianças frequentavam a escola, o programa Bolsa Família alcançava 11 milhões de famílias, a porcentagem de pobres havia se reduzido para 10%, mas a parcela da renda apropriada pelos 10% com maiores rendimentos continuava em torno de 50%.

Em 2019, a concentração de renda no Brasil continuou sendo uma das mais altas do mundo, conforme o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) da Organização das Nações Unidas. O Brasil ficou em segundo lugar em má distribuição de renda entre sua população. De acordo com o estudo, o 1% mais rico concentra 28,3% da renda total do país. Ou seja, quase um terço da renda está nas mãos dos mais ricos. Já os 10% mais ricos no Brasil concentram 41,9% da renda total.

No ano de 2020, a Oxfam denunciou as políticas econômicas do governo Bolsonaro e alertou que a estratégia atual do governo aprofundará a desigualdade. De fato, "o fosso entre ricos e pobres não pode ser resolvido sem políticas deliberadas de combate à desigualdade", disse o chefe da Oxfam na Índia, Amitabh Behar.

Em 2021, segundo pesquisa feita pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), a desigualdade aumentou mais no Brasil durante a pandemia quando comparada a outros 40 países. O levantamento utilizou dados sobre a percepção da população em relação às políticas públicas de saúde, educação e meio ambiente. De acordo com o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, trata-se de um modelo econômico adotado nos últimos anos que vem ampliando o “abismo social” no país.

O jornal Valor Econômico publicou na última terça-feira (25 de maio) um estudo da “Tendências Consultoria” que projeta que o total de domicílios brasileiros considerados como de classes D e E deve fechar o ano em 50,7%.

Se compararmos com a década passada, as duas classes representavam 48,7% do total. Vale ressaltar ainda que as projeções de longo prazo da consultoria indicam que somente em 2028 o país deve retomar aos níveis de 2014, quando registrou sua melhor marca, com 47% da população nas classes D e E.

Lembremos que o estudo considera como classes D e E os domicílios que tiveram renda mensal familiar de até R$ 2,9 mil em novembro de 2021, considerados “pobres” e “extremamente pobres”. Nessas classes, a informalidade é muito mais comum e a renda, além de volátil, oscilou durante a pandemia, aumentando a dependência dos programas de transferência social.

O Brasil continua a fugir da responsabilidade de enraizar o “futuro das gerações vindouras”. Boicota, aniquila e incinera as tábuas do “berço esplêndido” dos filhos da “Pátria Amada Brasil”.

 

Fontes:

https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2021/10/desigualdade-cresce-mais-no-brasil-por-culpa-do-governo-bolsonaro-diz-dieese/

https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2022/04/bolsonaro-deve-fechar-2022-com-mais-da-metade-dos-brasileiros-na-pobreza/

 




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