Jornada de Lutas contra a Reforma Administrativa encerra com ato nesta segunda, 14
Publicada em
14/07/25
Atualizada em
14/07/25 19h32m
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Ofensiva de presidente da Câmara trouxe de volta projeto derrotado pelo movimento sindical

Um protesto em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), marcou, na manhã desta segunda-feira, 14, o encerramento da Jornada de Lutas contra a Reforma Administrativa. Ao mote principal de rejeição da reforma foi acrescida, também, a defesa da soberania nacional contra os ataques da extrema direita. Durante a atividade, representantes das entidades de servidoras e servidores públicos federais visitaram os gabinetes dos parlamentares que compõem o grupo de trabalho designado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (RS-PB), para discutir a reforma. O objetivo da visita era entender como estava sendo elaborado o relatório a ser entregue nesta terça, 15, ao presidente da Casa, com os temas e os instrumentos legais a serem utilizados pela reforma. A ronda pelos gabinetes também buscou pressionar e sensibilizar para que o tema não avance.
Iniciada em 1º de julho, a Jornada foi organizada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), integrado pelo ANDES-SN. Ao longo das duas últimas semanas, ocorreram diversos eventos, a exemplo de um Seminário sobre a Reforma Administrativa, promovido pela Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público no dia 8 de julho; mobilização no Anexo II da Câmara dos Deputados, onde ocorria audiência do Grupo de Trabalho (GT) da Reforma na quarta-feira, 9 de julho; e ato público, também na capital federal, intitulado "Congresso Inimigo do Povo".
Toda essa mobilização se justifica pela ofensiva do presidente da Câmara, Hugo Motta (RS-PB), que rearticulou o GT da reforma, dando um prazo de 45 dias para que o grupo de parlamentares apresentasse proposições com o objetivo de fazer o projeto voltar a tramitar. Contudo, a Frente Parlamentar em Defesa dos Serviços Públicos apontou diversos problemas na condução desse processo, a exemplo da falta de representatividade, uma vez que o GT exclui partidos relevantes e desrespeita a proporcionalidade partidária, comprometendo a legitimidade do processo; do prazo insuficiente, pois a previsão de conclusão até julho inviabiliza um debate técnico e democrático sobre temas estruturantes; do risco de esvaziamento do Parlamento, uma vez que a vinculação à PEC 32/2020 pode restringir o exercício pleno dos mandatos parlamentares e impedir contribuições fundamentais; da participação limitada, com ausência de mecanismos efetivos de escuta da sociedade civil e das servidoras e servidores públicos; das contradições e ambiguidades, já que há propostas que precarizam vínculos e flexibilizam a estabilidade; do ajuste fiscal disfarçado, pois “a retórica de eficiência pode encobrir cortes de direitos e redução da capacidade estatal”, e da falta de salvaguardas institucionais. A Frente lançou uma nota sobre o assunto, leia aqui.
Ainda que esta Jornada de Lutas, iniciada em 1º de julho, tenha se encerrado nesta segunda, o movimento sindical seguirá mobilizado enquanto houver risco de a Reforma Administrativa ser votada. Para entender melhor sobre o que está em jogo com a Reforma Administrativa e que concepção de Estado e sociedade está por trás do projeto, leia a reportagem "Dados desmentem tese de que Estado brasileiro é inchado e cheio de supersalários".
Texto: Bruna Homrich, com informações de Sinasefe e Fasubra
Imagens: ANDES-SN
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
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