Consu delibera sobre cursos pagos de pós-graduação nesta sexta-feira
Publicada em
16/12/21 18h04m
Atualizada em
16/12/21 18h06m
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Sindicatos e entidades estudantis criticam rompimento do princípio de gratuidade
Nesta sexta-feira, 17 de dezembro, a partir das 8h30, ocorre mais uma reunião do Conselho Universitário (Consu) da UFSM. E uma das principais pautas que entrará em debate é a minuta de resolução que regulamenta os cursos de pós-graduação lato sensu, permitindo a cobrança de taxas e mensalidades pela oferta de especializações não regulares na instituição. A pauta já havia entrado em discussão na sessão do dia 26 de novembro, contudo, na ocasião, a bancada estudantil solicitou vista do processo.
A Sedufsm, em conjunto com Assufsm, Atens, Sinasefe, DCE e APG, criticou o caráter elitista da proposta, visto que, ao cobrar por cursos oferecidos dentro de uma universidade pública, coloca-se praticamente uma catraca responsável por liberar ou barrar o acesso das pessoas à formação. E tal liberação ou impedimento teria, no valor monetário, seu critério central. Logo, quem não pudesse pagar, não conseguiria especializar sua força de trabalho.
A minuta foi aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) no dia 19 de novembro, em uma votação com resultado apertado. Na ocasião, Neila Baldi, diretora da Sedufsm e conselheira, ressaltou que se o governo vem impondo duros cortes orçamentários às universidades públicas, é preciso que as comunidades acadêmicas, em conjunto com a sociedade, mobilizem-se para pressionar por mais investimentos, ao invés de se adequarem ao cenário de inanição e tentarem captar recursos por conta própria a partir de parcerias com empresas.
“Possibilitar pagamento na pós-graduação pública é, sim, possibilitar a privatização do ensino. O debate de hoje é: que universidade nós queremos? Quero uma universidade pública, gratuita, de qualidade e laica, e isso não se alinha ao pagamento de mensalidades na pós”, argumentou Neila.
A Sedufsm convida os e as docentes a acompanharem a sessão do Consu a partir das 8h30 desta sexta, 17 de novembro, pelo site do Farol UFSM, e demonstrarem, nas redes sociais, sua contrariedade à proposta que pode dar fim ao princípio de gratuidade na UFSM.
Texto: Bruna Homrich
Imagem: Arquivo Sedufsm
Assessoria de Imprensa da Sedufsm